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Funai e Ibama promovem curso de brigadista para indígenas no Tocantins
Foto: Divulgação/Funai
A Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) vêm realizando cursos de brigadista para indígenas do Tocantins. O objetivo é formar novas Brigadas Federais Indígenas (BRIFs-I) para atuar na prevenção e combate a incêndios florestais em Terras Indígenas do estado.
Para atuação em áreas indígenas do Tocantins já existem as brigadas Xerente de pronto emprego, a BRIF-I Xerente Local, a BRIF-I kraho, a BRIF-I Karajá Noroeste, a BRIF-I Karajá da Aldeia Macaúba e a BRIF-I Javaé Centro. A previsão é de que três novas brigadas sejam formadas nas próximas semanas: BRIF-I do Sul da Ilha do Bananal, BRIF-I Javaé - Nordeste da Ilha do Bananal e BRIF-I Apinajé. Por meio da Coordenação de Prevenção a Ilícitos/Coordenação-Geral de Monitoramento Territorial (Copi/CGMT), a Funai está custeando parte da alimentação dos alunos brigadistas, além de disponibilizar dois servidores para acompanhar todas as etapas do curso de formação e um servidor para atuar como instrutor e ministrar cinco treinamentos para os indígenas.
“A Funai também segue acompanhando e operacionalizando queimas prescritas na parte Sul da Ilha do Bananal e, logo que permitir o tráfego de veículos, deverá se deslocar para a região da Mata do Mamão”, destaca o técnico do Serviço de Gestão Ambiental e Territorial (Segat) da Coordenação Regional Araguaia Tocantins (Palmas-TO) da fundação, Conceição Pereira da Costa, que é ponto focal de Manejo Integrado do Fogo (MIF) da Funai na região.
Segundo Costa, a Funai apoia ainda as queimas prescritas disponibilizando equipamentos, veículos, e realizando o pagamento de diárias para indígenas que atuam como colaboradores eventuais. “Esses indígenas trabalham em ações que visam monitorar e avaliar as queimas prescritas e as atividades de campo, bem como fazem a interlocução com a circunvizinhança e comunidades da região. Por serem grandes conhecedores da mata e cerrado e falantes da língua indígena e do português, facilitam o diálogo e o entendimento com os não indígenas”.
Por meio do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) nº 015/2019 celebrado entre Funai e Ibama é realizado o Programa BRIFs-I, que permite a formação de brigadas federais compostas por indígenas capacitados e a execução de ações de prevenção e combate a incêndios florestais. As BRIFs-I são contratadas anualmente por meio de edital elaborado pelo Prevfogo/Ibama, atuando na prevenção a incêndios florestais e no combate ao fogo nas Terras Indígenas contempladas a cada ano via edital.
No âmbito do ACT, a Copi/CGMT, em articulação com as Coordenações Regionais da Funai, apoia os processos de formação e contratação dos brigadistas, descentralizando recursos e disponibilizando servidores para acompanhar e participar das formações e operacionalização das brigadas. Os cursos valorizam os conhecimentos tradicionais e promovem o diálogo intercultural acerca das práticas relacionadas ao manejo do fogo.
A aplicação das técnicas de MIF, como as queimadas controladas e a abertura de aceiros, antecede o período da estiagem de cada região, visando formar um cinturão de amortecimento em torno das Terras Indígenas e criar um mosaico de áreas manejadas e não manejadas para fins de contenção dos incêndios florestais, frutificação das plantas silvestres, locais de refúgio e alimentação da fauna. O MIF é baseado em aspectos sociais, culturais e ecológicos das comunidades indígenas, promovendo o fortalecimento de técnicas de manejo ancestrais do fogo aliadas às novas técnicas e conhecimentos científicos na área.
Assessoria de Comunicação/Funai