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Comitiva da Funai visita a AgroBrasília 2022
Foto: Victor Peres/Funai
Uma comitiva da Fundação Nacional do Índio (Funai) visitou nesta sexta-feira (20) a “AgroBrasília 2022: Feira de Tecnologia e Negócios do Agro”. Liderado pelo presidente Marcelo Xavier, o grupo percorreu as dependências da feira e visitou os estandes das etnias participantes, prestigiando os itens produzidos pelos indígenas em aldeias de diferentes regiões do país.
Além do presidente Marcelo Xavier, a comitiva foi composta pela presidente substituta, Elisabete Lopes; a corregedora, Ana Carolinne Terra; o ouvidor, Antônio Edgard Santos; o auditor-chefe, Walace Serodio; o chefe de Gabinete da Presidência, Matheus de Almeida Roberto; o coordenador-geral de Promoção ao Etnodesenvolvimento, Denis Soares; e a coordenadora de Proteção Social da Funai, Natália Dias. A esposa do presidente, Jucilene Rodrigues, apoiou a iniciativa de forma voluntária.
O estande dos indígenas atraiu a atenção de estudantes da Escola Municipal Margarida Gomes Ferreira, de Palmital de Minas (MG). Em visita à feira, eles acompanharam a exibição do vídeo institucional das cooperativas indígenas e conheceram os produtos da etnia Haliti-Paresi, como adereços e cânticos. Também aprenderam sobre a colheita e produção de café, com a etnia Paiter Suruí, e de Castanha do Brasil, com a etnia Cinta Larga.
Em uma iniciativa inédita, a Funai possibilitou a vinda de lideranças indígenas das etnias como Haliti-Paresi, Xavante, Cinta Larga, Paiter Suruí, Guajajara, Kaingang e Tapuia ao evento, para que pudessem expor seus produtos e trocar experiências com produtores agrícolas de outros estados.
Para o presidente da Funai, a iniciativa é um incentivo da fundação à autonomia das populações indígenas por meio do etnodesenvolvimento e da produção sustentável. "Com total respeito à autonomia dos indígenas, queremos seguir contribuindo para que eles conquistem novos mercados e alcancem independência econômica, sempre com respeito aos usos, costumes e tradições de cada etnia", pontua Xavier.
Além da exposição, os indígenas participam de palestras, cursos e debates sobre o agronegócio e agricultura familiar, além de poder realizar intercâmbio de conhecimentos e experiências com outros expositores e ficar por dentro das últimas tecnologias desenvolvidas para o campo. A participação dos indígenas na AgroBrasília 2022 foi viabilizada pela Diretoria de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável (DPDS) da Funai, por meio da Coordenação-Geral de Promoção ao Etnodesenvolvimento.
Etnodesenvolvimento nas aldeias
Nos últimos anos, a Funai investiu aproximadamente R$ 30 milhões em projetos voltados à geração de renda nas aldeias. Os recursos foram destinados para diversas ações que visam a autossuficiência, como a aquisição de materiais de pesca, sementes, mudas, insumos, ferramentas, maquinário agrícola, apoio para o escoamento da produção e realização de cursos de capacitação para os indígenas.
Entre os projetos que contam com o apoio da Funai e que têm apresentado resultados expressivos na transformação da realidade das comunidades indígenas estão a produção de grãos da etnia Paresi no Mato Grosso, a colheita de castanha dos Cinta Larga em Rondônia, a produção de camarão da etnia Potiguara na Paraíba e a produção artesanal dos indígenas Guarani no Sul do país.
Exemplo de produção no Mato Grosso
As lavouras cultivadas pelos Haliti-Paresi, Nambikwara e Manoki ocupam quase 20 mil hectares de um total de 1,3 milhão de hectares – ou seja, apenas 1,7% da área indígena é usada na atividade agrícola. O plantio ocorre em locais já antropizados, sendo um exemplo bem-sucedido de etnodesenvolvimento na Região Centro Oeste. A produção de grãos como soja, milho e feijão movimenta cerca de R$ 140 milhões ao ano.
Projeto Independência Indígena
Por meio do projeto Independência Indígena, a cooperativa Xavante Cooigraandesan busca incentivar a produção sustentável em comunidades indígenas do Mato Grosso. Nas diversas ações, o projeto disponibiliza ferramentas e maquinários utilizados no plantio e colheita do arroz, bem como promove a capacitação de indígenas na operação de tratores e práticas de cultivo, beneficiando 57 aldeias.
Na última safra, os indígenas colheram cerca de 50 hectares de arroz. A intenção é plantar também, num futuro próximo, soja e milho em uma pequena área da Terra Indígena. O projeto Independência Indígena é uma parceria entre diferentes instituições como a Funai, o Governo do Mato Grosso, o Sindicato Rural de Primavera do Leste e a Cooigrandesan, e conta com o apoio de dezenas de caciques da região.
Produção de café e castanha se consolida em Rondônia
A produção de café se consolidou com uma das principais atividades produtivas das comunidades indígenas em Rondônia. Desde 2018 a produção de café indígena é vendida para o grupo 3Corações, por meio de acordo que prevê o aumento da produtividade com foco na qualidade do café especial sustentável. A unidade descentralizada da Funai em Cacoal apoia os cafeicultores indígenas ainda por meio da logística do transporte da produção e o fornecimento de materiais como sacarias, lonas e peneiras utilizados na colheita do grão.
Além do café, a coleta e o beneficiamento da castanha-da-Amazônia geram emprego para cerca de 280 famílias indígenas que garantem sua renda com a comercialização do produto para os estados de São Paulo, Santa Catarina e Goiás, além dos municípios de Rondônia.
Sobre a AgroBrasília
A AgroBrasília é uma feira de tecnologia e negócios voltada para empreendedores rurais de diversos portes e segmentos. Realizada pela Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (COOPA-DF), serve como vitrine de novas tecnologias para o agronegócio e tem um cenário de referência em debates, palestras e cursos sobre diversos temas relacionados ao próprio setor produtivo. A 14° AgroBrasília ocorre até o dia 21 de maio, com expectativa de receber de 90 a 120 mil visitantes nos cinco dias de feira. Confira a programação completa aqui .
Assessoria de Comunicação/Funai