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No Sul do país, etnias Guarani Mbyá e Kaingang resgatam arte da cerâmica
Foto: Mário Vilela/Funai
Indígenas Kaingang e Guarani Mbya que se encontram em aldeias situadas nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul vêm realizando, gradativamente, a retomada da cerâmica, técnica que tem se mostrado importante aliada no processo de resgate da língua, escrita e demais práticas culturais das etnias.
O nome Mbyá significa “muita gente num só lugar”. Essa comunidade traça sua história recriando e recuperando sua tradição a cada dia. Os indígenas mantêm sua língua viva e plena, transmitindo-a oralmente, de geração em geração, divulgando conhecimentos e, assim, fortalecendo a identidade nas aldeias.
O cuidado no artesanato foi incorporado pelos Mbyá em cada etapa do trabalho, desde a coleta e corte de matéria-prima na época certa, observando-se o calendário lunar, à qualidade do material, confecção, guarda, preço e venda. Essas tarefas são distribuídas por idade, sexo e aptidão, sendo o comércio do artesanato a principal fonte de renda para diversas famílias. Assim como os Mbyá, os Kaingang também têm na atividade artesanal a principal fonte de renda e subsistência de suas aldeias.
Além da importância econômica, o trabalho com a cerâmica representa o resgate de aspectos culturais imprescindíveis à própria identidade indígena. No entanto, com o passar do tempo, os Kaingang não tiveram mais condições de praticar essa técnica, um de seus elementos culturais mais marcantes desde a pré-história. A retomada dessa arte recupera, junto com os fragmentos da cerâmica, aspectos que se perderam no tempo, como o pertencimento ao tronco Jê, além de características e cosmologia próprias.
A produção e comercialização de artesanato pelas populações indígenas do Sul do país se insere como uma das estratégias imediatas de geração de renda, além de constituir fator de expressão sociocultural das comunidades. Com uma intensa pesquisa sobre práticas ancestrais de coleta, moldagem e queima, as etnias têm se empenhado na tarefa de reforçar seus usos e costumes e repassá-los às futuras gerações.
Assessoria de Comunicação/Funai