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Especial da Copa: Jikyonahati, o futebol de cabeça praticado por comunidades indígenas do Mato Grosso
A modalidade esportiva é jogada por duas equipes em um campo retangular dividido por uma linha no chão. Foto: Edison Bueno/Acervo Funai.
Neste especial Copa do Mundo, a Fundação Nacional do Índio (Funai) apresenta fatos e curiosidades sobre indígenas e etnias que tenham relação com o futebol. Chamado de Jikyonahati pela etnia Haliti-Paresi, o cabeçabol é uma prática esportiva tradicional também entre as etnias Enawenê-Nawê, Manoki e Nambikwara, do Mato Grosso.
Na regra indígena, os participantes jogam com uma bola de seiva de mangabeira (de cerca de 12 centímetros de diâmetro), que deve ser arremessada com a cabeça para a equipe adversária. A equipe que arremessa a bola marca um ponto se o jogador oponente não conseguir rebatê-la de volta com a cabeça. Não há traves de gol para onde cabecear a pelota.
O jogo tem duas formas de organização: jogam entre si as equipes formadas por jogadores que são parentes, e equipes formadas por jogadores com parentesco distante. De modo geral as partidas acontecem entre aldeias diferentes, e podem levar dias ou mesmo semanas até se definir o time vencedor. Tradicionalmente, cada partida envolve apostas pagas com arco e flecha, braceletes, cestaria, cocares ou colares.
Na tradição mitológica dos Haliti-Paresi, nos tempos antigos houve um indígena que surgiu de uma abertura em uma rocha para ensinar seus parentes a jogar o Jikyonahati. Intimamente ligada à espiritualidade e à cultura, a prática desse esporte demonstra o ensinamento de que a mente deve dominar o corpo. A importância do cabeçabol para as comunidades que o praticam alcançou os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, figurando como uma das modalidades esportivas oficiais do evento.
Assessoria de Comunicação / Funai