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Especial da Copa: futsal feminino da etnia Apinajé supera desafios no Tocantins
Foto: Divulgação
Em 2021, uma equipe feminina de futebol de salão composta por adolescentes indígenas do Tocantins fez sua primeira participação nos Jogos Escolares Brasileiros (JEB’s), cuja edição ocorrera na cidade do Rio de Janeiro. Uma viagem que marcou a vida daquelas onze garotas da Terra Indígena Apinajé, município de Tocantinópolis (TO), localizada a cerca de 530 quilômetros da capital, Palmas. As jovens atletas nunca haviam viajado sequer para fora do estado, e foram participar de um evento que reúne anualmente cerca de 6 mil estudantes de todo o país.
Integrante da equipe, a indígena Darcyara Dias Apinajé citou a dificuldade para realizar os treinos, tendo em vista que não há quadra de esportes em nenhuma das aldeias da Terra Indígena onde vivem as atletas indígenas. “Foi difícil chegar até aqui. A gente treina na cidade. Eu achava que a gente ia perder de 20 a zero. Mas a gente ganhou o primeiro jogo e o segundo”, dissera à época Darcyara. Hoje o futsal das meninas indígenas reúne 22 garotas entre 12 e 17 anos das aldeias São José, Serrinha e Abacaxi na Escola Indígena Mãtyk. Em toda a Terra Indígena Apinajé, a população é de apenas 2,2 mil habitantes.
O professor de educação física Ataídes de Jesus Sousa comanda a equipe das meninas há dois anos, sendo sete como docente da escola. Ele relata os desafios pelos quais passam as indígenas para conseguirem treinar em um espaço adequado. “Fazemos o treino coletivo quando tem transporte para levar o time até a quadra mais próxima, a 22 quilômetros de distância”, afirma.
Mesmo com tantos percalços, as meninas da equipe de futebol têm conquistas a comemorar. Já se consagraram bicampeãs estaduais de futsal na sua respectiva faixa etária, e ainda conquistaram a terceira colocação na série prata dos Jogos Escolares Brasileiros de 2021. Embora as atletas indígenas contem com o apoio da Secretaria de Esportes de Tocantinópolis, ainda falta a elas uma quadra esportiva próxima às aldeias na Terra Indígena Apinajé.
Assessoria de Comunicação / Funai