Conheça a diversidade dos instrumentos musicais da cultura indígena

A cultura e a cosmologia das comunidades indígenas do Brasil são fortemente marcadas pela musicalidade, representada no uso de diferentes instrumentos musicais, como os de percussão, sopro e corda. Diversidade que se expressa em diferentes formatos e nomes. Os instrumentos de sopro, por exemplo, são chamados de arandi, bedebo, buê, cidupu, dasmae, dianari, mingo, peripinacuari, tipi, tintabri, ualri, uruá e yasmecerene, entre outras denominações.

Na cultura das etnias Tukano e Tariana, que habitam os afluentes do Rio Negro, região de São Gabriel da Cachoeira (AM), é muito utilizado um instrumento de sopro chamado Mǐrǐ ou Mǐnǐ nos cerimoniais das comunidades, sendo proibido às mulheres indígenas manuseá-lo ou mesmo vê-lo. Já as flautas sagradas do mito de Jurupari recebem entalhes desenhados na forma de animais ou de humanos (neste caso, em alusão aos pajés). A lenda do Jurupari está presente na mitologia de diferentes etnias da região de fronteira entre o Brasil e a Colômbia.

Muito comum entre a população indígena de todo o território brasileiro, o maracá tem a companhia de outros instrumentos semelhantes a ele: o para-cá, o chuatê e o yaxsã-ga. Por sua vez, os chocalhos indígenas ganham versões bem parecidas como o mutomburé, o cutõe e o cotecá. Entre os instrumentos de percussão, destaca-se o uay, chamado também de oapy ou uapi, um típico tambor dos indígenas brasileiros, de acordo com o Laboratório de Estudos Etnomusicológicos da Universidade Federal da Paraíba (LABEET/UFPB).

Há também instrumentos em formato de bastão como o cauacauá, o carutana, o tacapu e o zuzá. Um dos poucos instrumentos de corda, o udecrá tem um parente próximo, o ka-txo-tsê, também classificado como um cordofone. Já o ta-pa-dê é o único membranofone indígena catalogado pelo LABEET/UFPB. A universidade catalogou ainda um tipo de instrumento de percussão suspenso por cordas que recebe o nome de quehues, auáiú ou uatapu, cujas características variam de uma etnia indígena para outra.

Assessoria de Comunicação / Funai
Com informações da Universidade Federal da Paraíba (UFPB)