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UFSC aprova línguas indígenas como equivalentes a idioma estrangeiro para ingresso na pós-graduação
O Conselho Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) aprovou as línguas indígenas brasileiras como equivalentes a idiomas estrangeiros em processos seletivos para ingresso na pós-graduação. Dessa forma, alunos indígenas que falem português e mais uma língua indígena já terão um idioma estrangeiro para fins de proficiência.
A medida, aprovada no último mês de setembro, será incorporada à nova resolução normativa dos cursos de pós-graduação stricto sensu da UFSC e foi inspirada por uma política já adotada pelo Programa de Pós-Graduação em antropologia social da UFSC, que reconhece as línguas faladas pelos estudantes indígenas na validação das autodeclarações étnicas da Política de Ações Afirmativas da universidade.
A secretária de Ações Afirmativas e Diversidades da UFSC, Francis Tourinho, informou que a medida faz parte de uma atualização da resolução da pós-graduação, que orienta todos os processos desses cursos. "Não é tornar a língua indígena como estrangeira, é reconhecer que esse aluno já é bilíngue. Uma vez que a língua oficial do curso é o português, nada mais correto, mais inclusivo do que a gente permitir que uma pessoa bilíngue use a sua outra língua, fazendo com que a pós-graduação seja mais acessível e mais inclusiva para os indígenas", afirmou a secretária.
Atuação da Funai
A Fundação Nacional do Índio (Funai), por meio do Museu do Índio, coordena, desde 2009, um esforço nacional de registro e documentação para proteger, reforçar e revitalizar as línguas indígenas existentes no território brasileiro. O Programa de Documentação de Línguas Indígenas (Prodoclin) foi desenvolvido em conjunto com o Instituto Max Planck, da Alemanha, e várias universidades e centros de pesquisa do país, com o apoio da Fundação Banco do Brasil e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O Prodoclin atua em aldeias de Norte a Sul do Brasil com a participação e intervenção direta dos indígenas, possibilitando o registro de aspectos específicos de suas culturas. Todo o material produzido está consolidado em um acervo digital. Os produtos resultantes reúnem registros audiovisuais, acervos tratados e digitalizados, dicionários, gramáticas, materiais de divulgação como vídeos, CDs e DVDs, entre outros trabalhos produzidos durante os projetos. Seus conteúdos são validados e qualificados por mestres e especialistas de cada comunidade para uso em escolas e centros de documentação nas Terras Indígenas.
Assessoria de Comunicação/Funai
Com informações da UFSC