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Protagonismo: conheça mulheres indígenas que atuam na linha de frente do combate à covid-19
Ilzinei da Silva, indígena Baniwa das Forças Armadas. Foto: Divulgação/CMA
No cenário da pandemia do novo coronavírus, mesmo em meio à toda vulnerabilidade, diversas mulheres indígenas têm se arriscado para orientar e socorrer tanto outros indígenas quanto não-indígenas, atuando na linha de frente no combate à covid-19. No mês da mulher, conheça a rotina de algumas dessas protagonistas indígenas.
Pertencimento
Ilzinei da Silva, do povo Baniwa, nunca havia saído de sua cidade, São Gabriel da Cachoeira (AM), até ingressar na faculdade. A indígena se formou em medicina na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em 2020, no início da pandemia. Desde formada, atende pacientes infectados na Unidade Básica de Saúde Nilton Lins, na capital. Em 2021, a profissional, que integra o quadro das Forças Armadas, retornou à sua cidade natal e passou a atender no Hospital de Guarnição do município, recebendo pacientes com sintomas de covid-19, incluindo mulheres Baniwa que não falam português.
Riscos
A médica Joicilene Cruz, do povo Macuxi, atua na linha de frente no combate à covid-19 desde o início da pandemia, atendendo pacientes que chegam à Unidade Básica de Saúde Mariano de Andrade, em Caranã (RR). Devido ao trabalho arriscado, a indígena já foi infectada pela doença duas vezes, mesmo usando toda proteção. No entanto, ainda assim, Joicilene não desistiu de sua missão e, com a chegada da vacina, a profissional da saúde, de 37 anos, foi uma das primeiras imunizadas em seu estado.
Informação
A enfermeira Letícia Monteiro, de 44 anos, pertence ao povo Taurepag, da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR), e é responsável pelo monitoramento de comunidades indígenas durante a pandemia do coronavírus. A indígena é uma das enfermeiras da Divisão de Atenção à Saúde Indígena (Diasi) do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Leste Roraima, ligada à Secretaria Especial da Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde. Letícia tem, ao longo da pandemia, orientado indígenas das etnias Wai Wai, Macuxi, Taurepag e Wapixana para que se mantenham bem longe dos riscos de infecção.
Letícia Monteiro. Foto: Divulgação
Ações da Funai
A Fundação Nacional do Índio (Funai) reconhece a importância de iniciativas como essas e parabeniza esses indígenas que se arriscam diariamente para combater os efeitos da pandemia.
O órgão tem implementado diversas medidas no combate à covid-19 em todo país, investindo aproximadamente R$ 45,2 milhões em ações preventivas. Recentemente, alcançou a marca de cerca de 600 mil cestas de alimentos entregues a indígenas.
A Funai suspendeu as autorizações para ingresso em Terras Indígenas desde o início da pandemia e mantém 300 barreiras sanitárias em funcionamento. Além disso, investiu R$ 12 milhões em 306 ações de fiscalização em 221 Terras Indígenas para coibir ilícitos, e participa da Operação Verde Brasil 2, que executa ações contra delitos ambientais na Amazônia Legal.
Os indígenas também contam com uma Central de Atendimento para solicitações relacionadas à covid-19.
Por fim, a fundação destinou, ainda, cerca de R$ 18 milhões a ações de apoio a iniciativas voltadas para o etnodesenvolvimento nas aldeias, para que os indígenas mantenham a produção.
Assessoria de Comunicação/Funai