Notícias
No Tocantins, indígenas Krahô-kanela participam de curso de formação de brigadistas
Foto: Divulgação
Um grupo de 13 indígenas da etnia Krahô-kanela, da aldeia Lankraré, no estado do Tocantins, participou de um curso de formação de brigadistas ministrado pelo Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (PrevFogo/Ibama). A capacitação contou com o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai) e permitirá que o grupo atue, como brigada voluntária, na prevenção e combate a incêndios florestais na região,
Segundo Isolde Lando, ponto focal de Manejo Integrado do Fogo (MIF) da Coordenação-Geral de Monitoramento Territorial da Funai (CGMT), a formação dos indígenas era uma demanda antiga. “Há anos os Krahô-Kanela pedem o curso, e a Funai também já havia articulado junto ao Ibama essa capacitação para formar a brigada voluntária, tendo em vista o risco de incêndios na região durante o período de seca”, destacou Isolde. O treinamento ocorreu entre os dias 11 e 14 de julho na Terra Indígena (TI) Krahô-kanela, no município de Lagoa da Confusão, e seguiu todos os protocolos sanitários relativos à prevenção da covid-19.
Para o chefe da brigada voluntária e presidente da Associação do Povo Indígena Krahô-Kanela (Apoinkk), Wagner Katamy Krahô-Kanela, a capacitação representa uma grande conquista e vitória para a comunidade. “Desde 2016 a gente almejava obter esse curso. Com ele, nossa brigada vai poder trabalhar no combate e na proteção contra o fogo na TI Krahô-Kanela e no entorno, e também em outras TIs, quando necessário”, ressaltou Wagner.
“É uma grande conquista ter essa brigada formada, ainda que voluntária. Estamos muito felizes e agradecemos o apoio de todos os parceiros envolvidos”, acrescentou Wagner. De acordo com o brigadista, para o ano de 2022 já estão previstas atividades de queimas prescritas, no âmbito das ações de MIF na área. “O que mais almejamos é proteger nossa terra contra o fogo de forma segura, organizada e eficaz”, salientou.
A aplicação das técnicas MIF, como as queimadas controladas e a abertura de aceiros, antecede o período da estiagem de cada região, visando criar um cinturão de amortecimento em torno das TIs para fins de contenção das chamas. O MIF é baseado em aspectos sociais, culturais e ecológicos das comunidades indígenas, promovendo também o resgate e o fortalecimento de técnicas de manejo ancestrais do fogo.
Pedro Paulo, indígena da etnia Xerente e instrutor do Prevfogo/Ibama que ministrou o curso, destacou a importância da capacitação da brigada indígena. “Um dos fatores é garantir a preparação técnica dos brigadistas para realizar as atividades de prevenção a incêndios e também de combate às chamas, caso haja necessidade. Isso envolve as formas de lidar com o fogo, as técnicas de combate, os métodos de segurança, entre outros aspectos necessários à realização de um bom trabalho em campo”, pontuou Pedro Paulo.
O instrutor ressaltou ainda que, com a formação, os indígenas também poderão ser multiplicadores de conhecimento nas aldeias. “Outro motivo de grande relevância da capacitação é a transmissão de informações e ferramentas aos brigadistas para desenvolverem um trabalho de educação ambiental nas comunidades, o que é fundamental para conscientizar a todos sobre os desastres causados pelos incêndios florestais, bem como fortalecer as atividades de prevenção a esses incêndios”, acrescentou
Assessoria de Comunicação / Funai