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Indígena Xavante conquista o 1º lugar no vestibular da Unemat para o curso de Biologia
Foto: divulgação
Clênio Tserebutuwe, indígena de 25 anos da etnia Xavante, Terra Indígena Parabubure, localizada em Campinápolis (MT), passou em 1º lugar no curso de Biologia da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), campus de Nova Xavantina, trazendo representatividade à sua etnia em todo Brasil.
O indígena sempre estudou em escola pública e sonhava em ter um curso superior. Um amigo de Clênio, o professor e historiador Josué Nogueira, inscreveu o aluno no vestibular e o incentivou a realizar a prova. Questionado sobre os próximos passos após a faculdade, Clênio afirmou que pretende dar continuidade aos estudos numa pós-graduação.
O jovem também reafirmou a importância de representar sua etnia. “Eu quero representar minha comunidade, o povo Xavante, como o único biólogo dentro da Terra indígena. Quero explicar a eles as coisas que eu aprendi dentro da faculdade. Vou continuar atuando na área indígena como professor”, afirmou.
A Fundação Nacional do Índio (Funai) trabalha para a promoção da autonomia das populações indígenas, e parabeniza o jovem, que é um exemplo de que os indígenas são os protagonistas de sua própria história.
Indígenas nas universidades
A proporção de indígenas nas universidades triplicou em 21 anos no Brasil. Segundo dados do Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2018, 57.706 indígenas foram matriculados, com o crescimento de 695% em relação a 2010.
A Unemat foi pioneira no quadro de instituições de ensino superior do país a formar professores indígenas. Em 2001, foram iniciadas as aulas das primeiras turmas para formação de professores indígenas no campus da Unemat, em Barra do Bugres (MT). Na época, os três primeiros cursos oferecidos foram: ciências matemática e da natureza; ciências sociais; artes; e língua e literatura.
Os cursos foram pensados exclusivamente para atender os diversos indígenas que residem no estado. “Todos os cursos foram pensados e executados a partir da premissa de que a cultura do povo é a âncora da educação escolar indígena, ou seja, o ponto de partida e de chegada são aspectos culturais de cada povo”, explicou o gestor de educação indígena da Unemat, Adailton Alves da Silva.
Assessoria de Comunicação/Funai
Com informações da Agência de Notícias do Mato Grosso