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Funai recebe indígenas Enawenê Nawê e Rikbaktsa em Brasília e reforça apoio ao desenvolvimento sustentável nas aldeias
Foto: Mário Vilela/Funai
Indígenas das etnias Enawenê Nawê e Rikbaktsa, do estado do Mato Grosso, foram recebidos por uma equipe da Fundação Nacional do Índio (Funai) nesta terça-feira (13), em Brasília. Na pauta da reunião, projetos de etnodesenvolvimento e incentivo a atividades produtivas sustentáveis nas aldeias. Confira abaixo o vídeo sobre o encontro.
Pela Funai, estiveram presentes o diretor de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável, Cleber Borges; o coordenador-geral de Etnodesenvolvimento, Juan Scalia; e o coordenador-geral de Promoção da Cidadania, Joany Marcelo Arantes. Também participaram do encontro as lideranças Arnaldo Zunizakae, da etnia Paresi, e Jocélio Leite, da etnia Xucuru, ambos representando o Grupo de Agricultores Indígenas do Brasil.
“Nós queremos produzir e trabalhar dentro do nosso próprio território, somos cidadãos também. Precisamos de renda para educação, para cuidar da nossa saúde, para ter dignidade. E não vamos perder nossas tradições por causa do desenvolvimento. Ele vai nos ajudar a investir na nossa cultura, que é muito forte”, destacou o presidente da Associação Indígena Walitirinawê, Dodowai Enawenê Nawê.
A liderança indígena também reforçou a importância do acesso a linhas de crédito. “Somos ricos de terras, mas pobres em renda. Precisamos de incentivo para comprar combustível, insumos, equipamentos e materiais para trabalhar e desenvolver nossa produção, que será metade para alimentação da própria comunidade e metade para comercialização”, ressaltou Dodowai.
O indígena e vereador do município de Brasnorte (MT), Evanildo Rikbaktsa, encaminhou documentos com pedido de suporte a atividades produtivas em aldeias das etnias Manoki e Rikbaktsa, como o cultivo de grãos e a criação de animais. O também vereador de Brasnorte Norberto Junior esteve presente à reunião e reforçou seu apoio ao desenvolvimento sustentável das comunidades indígenas da região.
Juan Scalia se colocou à disposição dos indígenas e reforçou o compromisso da Funai com o desenvolvimento das comunidades. “É muito importante o diálogo para que possamos ouvir os indígenas e atender suas demandas de produção da melhor forma possível, sempre com base na segurança jurídica e respeito à vontade de cada etnia. A Funai é parceira no etnodsenvolvimento e está aqui para orientar os indígenas na concretização de seus projetos”, frisou o coordenador-geral.
Passo a passo
Recentemente, a Funai lançou um passo a passo para projetos de etnodesenvolvimento com orientações aos indígenas a fim de otimizar e viabilizar essas iniciativas. O material conta com uma série de cards explicativos, divulgados nas redes sociais da Funai, e um folder que pode ser encontrado no portal da instituição, na área destinada ao etnodesenvolvimento.
No material, a Funai explica que, inicialmente, é necessário que a comunidade tenha experiência e estrutura para produzir e garantir a sustentabilidade da atividade, cabendo à fundação apoiar os indígenas, sempre respeitando a autonomia e vontade de cada etnia. Saber o que será produzido, analisar a viabilidade econômica, equipamentos necessários, a capacitação dos envolvidos e os impactos da atividade para o meio ambiente e para a rotina da aldeia também são fundamentais nesse primeiro momento.
Outro ponto importante é a necessidade dos indígenas se organizarem em pessoas jurídicas, formando associações, cooperativas, empresas, entre outras formas, para que os benefícios da atividade sejam repartidos de forma justa entre os membros da aldeia. Da mesma forma, verificar se a atividade precisa de licenças ou autorizações também contribui para o êxito de qualquer iniciativa.
Apoio do Governo Federal
Mais cedo, o grupo de indígenas esteve no Palácio da Alvorada e foi recebido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. Na ocasião, o presidente citou experiências bem-sucedidas de produção indígena no país, a exemplo da etnia Paresi, na Região Centro-Oeste. “Há mais de dez anos os Paresi plantam no estado de Mato Grosso. São mais de 18 mil hectares de plantação, tudo com maquinário. Eles são nossa referência”, ressaltou. Jair Bolsonaro também manifestou apoio à autonomia das comunidades. “O indígena tem o direito de fazer o que ele quiser na terra dele, ele é um cidadão brasileiro”, salientou.
Assessoria de Comunicação / Funai