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Funai participa de audiência para discutir linha de crédito a cooperativas indígenas do Mato Grosso
Foto: Marcos Vergueiro/Secom-MT
A Fundação Nacional do Índio (Funai) participou na terça-feira (13), em Cuiabá, de uma audiência que discutiu a criação de uma linha de crédito específica para auxiliar as cooperativas indígenas mato-grossenses. A reunião ocorreu no Palácio Paiaguás, edifício-sede do governo estadual, e contou com a presença do governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, e de representantes da etnia Paresi.
Pela Funai, participaram o coordenador regional substituto de Cuiabá, Benedito Leocadio, o chefe da Coordenação Técnica Local (CTL) de Campo Novo, Joelson Kenizokemaece, e o servidor da CTL Sapezal, Carlos Barros, que atua junto aos Paresi no apoio à elaboração e implantação dos projetos de etnodesenvolvimento da etnia.
“A atual gestão da Funai está empenhada em atender as necessidades de produção dos indígenas. A fundação tem dado todo o apoio às comunidades, sempre com atenção e cuidado às questões sociais, ambientais e legais, respeitando essas vertentes e trabalhando para melhorar a qualidade de vida dos indígenas da região”, comentou Carlos Barros durante a audiência.
Mauro Mendes destacou que os Paresi são exemplo de produção sustentável no estado, sempre mantendo 98% de suas terras intactas, além de continuarem a preservação da cultura e tradições. “Os Paresi são exemplo para Mato Grosso, para o Brasil e para o mundo. Hoje eles apresentaram projetos para ampliar essa produção, com indústria de etanol de batata, criar um centro tecnológico para desenvolver novas atividades e ampliar o conhecimento para outros indígenas que queiram conhecer esse grande exemplo de trabalho e produção”, afirmou.
“O projeto do centro tecnológico vai beneficiar não só os Paresi, mas também outras etnias de outros estados do Brasil, levando treinamento, capacitação e desenvolvimento a diversas populações”, salientou Carlos Barros, que destacou também a importância do acesso ao crédito para as comunidades e do incentivo à comercialização dos produtos indígenas.
Na ocasião foram discutidas alternativas para que os Paresi possam desenvolver ainda mais sua produção e compartilhar essa iniciativa com outras comunidades indígenas. “Nós vamos apoiar, ajudar, e trabalhar para que eles possam ter um fundo de financiamento, para que possam acessar algumas linhas de crédito e romper essa barreira, que hoje ainda cria muita dificuldade”, destacou o governador.
O diretor financeiro da Cooperativa Agropecuária do Povo Indígena Haliti-Paresi (Cooparesi), Genilson Kezomae, da aldeia Wazare, destacou que os projetos e programas apresentados na reunião são de médio e longo prazo, e visam a liberdade, autonomia e geração de renda para os indígenas. “Estamos aqui para somar forças para tornar esse sonho concreto. Vai ser um processo único e histórico”, ressaltou Kezomae.
Projeto
O projeto do Centro Tecnológico, Social e Agroindústrial da Cooparesi tem como objetivo implementar um espaço de inovação, desenvolvimento e reaplicação de pesquisa e tecnologia social comprometido com a sustentabilidade ambiental, geração de trabalho e produção e renda, que garanta a autonomia e a qualidade de vida da etnia Haliti-Paresi.
O projeto é dividido em seis programas: Programa de Desenvolvimento & Pesquisa; Programa de Educação, Qualificação Técnica, Treinamento e Formação Política; Programa de Desenvolvimento da Agricultura Familiar nas Comunidades Indígenas; Programa do Polo Poliesportivo Sociocultural Indígena; Programa de Assistência à Saúde Indígena e Programa de Desenvolvimento do Polo Agroindustrial Haliti-Paresi.
Apoio da Funai ao etnodsenvolvimento
Nos últimos dois anos, a Funai já investiu aproximadamente R$ 30 milhões em projetos voltados à geração de renda nas aldeias, de forma responsável. Os recursos foram destinados para diversas ações que visam a autossuficiência dessas comunidades, como a aquisição de materiais de pesca, sementes, mudas, insumos, ferramentas, maquinário agrícola, apoio para o escoamento da produção e realização de cursos de capacitação para os indígenas.
Recentemente, a Funai adquiriu 14 tratores para apoio às atividades produtivas em diversas aldeias no país. A intenção é contribuir para que diferentes etnias ampliem a produção, garantam a segurança alimentar em suas comunidades e invistam em processos de geração de renda.
Assessoria de Comunicação/Funai