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Funai participa de ação de prevenção a incêndios na Terra Indígena Pimentel Barbosa (MT)
Foto: Glínia Cardoso/Funai
A Coordenação Regional (CR) de Ribeirão Cascalheira, uma das unidades da Fundação Nacional do Índio (Funai) no estado do Mato Grosso, acompanhou as ações do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (PrevFogo/Ibama) de queimas prescritas e abertura de aceiros na aldeia Belém, Terra Indígena Pimentel Barbosa (MT), entre os dias 17 e 20 de junho, realizadas a pedido da Funai.
A ação, que contou com o apoio da Coordenação-Geral de Monitoramento Territorial (CGMT) da Funai, teve como objetivo a prevenção de incêndios florestais no entorno da aldeia e na área do projeto Aldeia Sustentável. “Também foi realizado aceiro no entorno da aldeia Mãe Maria, vizinha à aldeia Belém, por solicitação da própria comunidade, preocupada em se prevenir dos incêndios que acometem a Terra Indígena na época da seca”, comenta Glínia Cardoso, servidora da Funai e ponto focal de Manejo Integrado do Fogo (MIF) da CR Ribeirão Cascalheira.
“Tais ações na Terra Indígena Pimentel Barbosa representam uma antiga demanda da fundação. Esse trabalho, realizado a pedido da Funai, vai ao encontro das solicitações do órgão junto ao Prevfogo/Ibama para que mais ações de prevenção a incêndios sejam realizadas e novas brigadas indígenas sejam implementadas em territórios Xavante, via Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre Funai e Ibama”, destaca Isolde Lando, ponto focal de MIF da Coordenação de Prevenção de Ilícitos da Funai (Copi).
A parceria da Funai com o Prevfogo/Ibama via ACT ocorre desde 2013. A Funai, por meio da Copi/CCGMT, em articulação com as Coordenações Regionais, apoia e executa diversos trabalhos de prevenção a incêndios florestais em Terras Indígenas de todo o país, além de dar suporte a ações de combate ao fogo, mediante suporte logístico e operacional, fornecimento de combustível, aquisição de gêneros alimentícios, além do custeio de auxílio financeiro para os indígenas brigadistas.
Todos os anos, nos meses que antecedem o período mais crítico de seca, o PrevFogo/Ibama faz um trabalho de queimas prescritas em áreas onde há acúmulo de combustível, como folhas secas e capim seco, que durante a estiagem podem gerar grandes incêndios. “Incêndios são queimas descontroladas, que podem acarretar prejuízos ambientais e econômicos, e podem ser acidentais ou criminosos; já queimas prescritas são trabalhos controlados pelos brigadistas e evitam incêndios por diminuir os focos na época da seca”, explica Glínia.
Essas atividades recebem o apoio das Brigadas Federais em Terras Indígenas (BRIFs-I), as quais contam com indígenas que passam por testes de seleção e capacitação. Durante o curso de formação, os participantes são instruídos quanto à legislação ambiental, conhecimentos sobre bioma, combate ao fogo, entre outros. Neste ano, a maioria das BRIFs-I será recontratada. Somente novas brigadas terão cursos de capacitação, os quais seguirão os protocolos sanitários relativos à prevenção da covid-19.
A aplicação das técnicas MIF, como as queimadas controladas e a abertura de aceiros, antecede o período da estiagem de cada região, visando criar um cinturão de amortecimento em torno da Terras Indígenas para fins de contenção das chamas. O MIF é baseado em aspectos sociais, culturais e ecológicos das comunidades indígenas, promovendo também o resgate e o fortalecimento de técnicas de manejo ancestrais do fogo.
Projeto Aldeia Sustentável
Com o objetivo de garantir a autonomia econômica, alimentar e cultural na aldeia Belém, indígenas Xavante iniciaram o Projeto Aldeia Sustentável A’uwë Uptabi, que significa povo verdadeiro no idioma Xavante. O projeto piloto implantado na comunidade visa retomar as práticas tradicionais de cultivo, o uso de queimadas controladas, a coleta de frutos e sementes e os hábitos alimentares tradicionais. Desenvolvida desde dezembro de 2020 na aldeia Belém, a iniciativa será replicada em outras 15 aldeias da TI Pimentel Barbosa.
Três unidades descentralizadas da Funai apoiam a iniciativa: as CRs de Cuiabá, Ribeirão Cascalheira e do Xingu, bem como a Coordenação-Geral de Etnodesenvolvimento (CGETNO). A Funai acompanha a elaboração do projeto desde o início, com participação nas visitas e reuniões técnicas. Sob gestão do Instituto Kurâdomôdo de Cultura Sustentável, o projeto conta também com suporte do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e Prefeitura de Canarana (MT).
Assessoria de Comunicação / Funai