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PROTAGONISMO
Funai apoia produção de óleo de babaçu por mulheres indígenas no Mato Grosso
Foto: Divulgação
Com apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai), ocorreu, no último mês de setembro, a segunda etapa da coleta do coco do babaçu para a produção de óleo do fruto por mulheres Xavante da aldeia Tritopa, localizada na Terra Indígena (TI) Areões, município de Nova Nazaré (MT). A ação, que teve a primeira etapa em julho, beneficia diretamente cerca de 30 famílias indígenas da região.
A atividade é realizada pelas mulheres com suporte contínuo da Funai, por meio da Coordenação Regional (CR) Ribeirão Cascalheira em conjunto com a Coordenação-Geral de Promoção ao Etnodesenvolvimento. O apoio ocorre no transporte das mulheres às áreas de coleta e depois até a aldeia, onde as indígenas extraem o óleo de babaçu de forma artesanal, e também na venda dos produtos, em articulação com a prefeitura de Nova Nazaré (MT).
O beneficiamento do coco babaçu tem se revelado uma importante alternativa de fomento ao etnodesenvolvimento na região. Além da geração de renda oriunda da venda do óleo do coco do babaçu, e também da venda da castanha do baru, torrada ou in natura, a atividade também têm grande importância para a história dos Xavante, atuando na preservação cultural da etnia, pois o óleo de babaçu é utilizado tradicionalmente em festas e rituais, e a palha do broto da palmeira é empregada na confecção das tampas dos cestos em que as indígenas tradicionalmente carregam seus bebês.
A Funai também atua disponibilizando servidores para acompanhar as indígenas, além de fornecer insumos como sacaria para acondicionamento dos frutos coletados e algumas ferramentas, como facões e foices, utilizados na coleta. Futuramente, a fundação auxiliará na inclusão das indígenas na Associação de Mulheres do município de Nova Nazaré, possibilitando a participação delas em feiras e eventos onde poderão expor seus produtos à venda.
Já a coleta de castanha do baru ocorre no mesmo período, mas dentro da própria TI e nas proximidades da aldeia. A ação se estende até o início do período anual de chuvas.
De acordo com Glínia Cardoso, chefe do Serviço de Gestão Ambiental e Territorial da CR Ribeirão Cascalheira, as iniciativas valorizam o trabalho das mulheres Xavante, que são extremamente fortes e exercem um papel fundamental na subsistência das comunidades. "A geração de renda a partir do trabalho das mulheres, bem como a exposição de seus produtos em feiras e eventos fora da aldeia, proporcionarão mais autonomia e visibilidade às mulheres indígenas”, ressalta Glínia.
A divulgação da venda do óleo de babaçu produzido pelas indígenas também tem despertado o interesse de indígenas Xavante de outras TIs, que têm interesse em adquirir o produto para utilizar em suas festividades. A expectativa é de que, no decorrer do tempo, os produtos ganhem destaque também no mercado nacional.
Assessoria de Comunicação/Funai