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Exposição virtual apresenta desenhos e pinturas de jovens indígenas
Desenho de Ana Clara Pinto de Souza, do povo indígena Tabajara-Tapuio-Itamaraty.
Como será que as crianças e adolescentes que pertencem a povos originários estão observando o céu neste período de pandemia? Essa reflexão está representada em forma de arte na nova exposição virtual Os Céus dos Povos Originários, que está aberta ao público no site do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) desde 22 de janeiro. Fruto de uma parceria entre o MAST e o Museu do Índio (MI), da Fundação Nacional do Índio (Funai), a mostra reúne 30 imagens de desenhos e pinturas feitas por crianças e adolescentes entre 5 a 15 anos, integrantes de doze povos indígenas, exibindo seus olhares e percepções sobre o céu. Estes jovens talentos residem em nove estados brasileiros: Fulni-ô (Pernambuco), Guarani-Mbya (São Paulo), Guarani-Nhandeva (Rio de Janeiro), Guarani-Kaiowá (Mato Grosso do Sul), Puri da Mantiqueira (Rio de Janeiro), Manoki e Timbira (Mato Grosso), Tingui-Botó (Alagoas), Tupiniquim (Espírito Santo), Tabajara e Tapuio-Itamaraty (Piauí), Kariri (São Paulo e Ceará) e Pitaguary (Ceará).
Entre os meses de setembro e outubro de 2020, o MAST e o MI abriram uma chamada pública para receber, via internet, trabalhos artísticos de crianças e adolescentes de povos indígenas de todo o país, de modo a contemplar as relações dessas crianças e adolescentes com o céu, sobretudo em meio ao contexto de pandemia. A motivação inicial deste trabalho era a de aliar as percepções de diferentes povos originários sobre o céu à visão apresentada por crianças e adolescentes de todo o país na exposição virtual O Céu Que Nos Conecta, lançada em junho de 2020 pelo MAST. Os curadores desta mostra – Victória Flório Pires de Andrade (coordenação) Alanna Dahan Martins, Kamylla Passos e Priscila Faulhaber (do MAST) e Alexander Noronha de Albuquerque, Bruna Cerqueira Sigmaringa Seixas, Carolina das Neves Francisco Lopez e Francisco Gomes Gonçalves (do MI) – optaram por nomear e dividir as salas por cada povo participante, ainda que algumas delas apresentem apenas um ou dois desenhos, para reforçar a diversidade entre os povos originários e ressaltar suas particularidades, evitando-se, assim, a ideia estereotipada de “índio” como um grupo único e homogêneo.
A maioria dos participantes desta exposição mora em Terras Indígenas, onde estão localizadas aldeias cujos próprios nomes, em geral, representam conexão com a natureza. As mensagens enviadas pelas crianças e adolescentes para esta mostra em seus desenhos reafirmam a importância da unidade entre terra e céu, natureza, animais e pessoas, além de suas relações com as realidades e narrativas. Outro detalhe importante desta exposição é o fato de ela ser uma obra aberta. Os curadores da mostra pretendem, no futuro, ampliá-la com a colaboração de outros povos originários, sobretudo os que, por motivos diversos, não puderam estar presentes neste momento, a exemplo daqueles que habitam as regiões Norte e Sul.
SERVIÇO
Exposição virtual Os Céus dos Povos Originários
Endereço: http://mast.br/ceus-originarios/
com informações do MAST