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Etnodesenvolvimento beneficia cerca de 56 mil famílias indígenas em 2020
Foto: Mário Vilela/Funai
A Fundação Nacional do Índio (Funai) apoiou mais de 234 projetos e atividades de etnodesenvolvimento no ano de 2020, o que possibilitou o atendimento direto e indireto de aproximadamente 56 mil famílias indígenas em 227 Terras Indígenas em todo o país. O apoio ocorreu por meio de Planos Anuais de Trabalho (PATs) realizados pela Coordenação-Geral de Promoção ao Etnodesenvolvimento (CGEtno) da Funai.
Entre as medidas, a fundação mobilizou ações de compra de mais de 20 toneladas de alimentos, realizadas diretamente de mais de 15 organizações de diferentes etnias, entre elas os Tabajara (PB), Bakairi (MT) e Nambikwara (MT), para doação simultânea a famílias indígenas em situação de vulnerabilidade social, o contribuiu para a garantia da segurança alimentar das comunidades durante a pandemia, aumentando a proteção sanitária e gerando renda às aldeias.
Outra importante iniciativa foi a compra e doação de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) comunitários produzidos pelos próprios indígenas, o que possibilitou o incentivo a projetos de corte e costura para a produção de máscaras. Foram, ao todo, apoiados oito projetos para confecção de máscaras, entre esses junto às mulheres Tuxá de Rodelas (BA), Kapinawá e Pankará (PE), com a produção de mais de 2.700 máscaras, atendendo cerca de 1.200 famílias indígenas.
Além disso, a Funai promoveu o fortalecimento da infraestrutura interna da produção de alimentos nas Terras Indígenas com o apoio a diversas iniciativas, seja na agricultura tradicional e mecanizada, a exemplo da compra de casas de farinha comunitárias, estruturação de barracões de Castanha-da-Amazônia e da organização de processos de licitação para reformas de casas do mel.
“Apoiar a produção responsável para que os indígenas desenvolvam seu potencial é investir na melhoria da qualidade de vida de suas comunidades, que passam a prover a autossuficiência alimentar e comercializar o excedente do que é produzido nas aldeias. É um processo que muitas delas já conhecem há algum tempo e que muitas outras começam a desenvolver. É o caso da produção de camarão da etnia Potiguara no estado da Paraíba, ou da parceria entre as comunidades Guarani e Kaingang com a iniciativa privada na produção de erva-mate no Sul do país”, afirma o presidente da Funai, Marcelo Xavier.
Nos últimos dois anos, a Funai investiu cerca de R$ 30 milhões em projetos voltados à geração de renda nas comunidades indígenas, atendendo aos preceitos constitucionais de respeito aos usos e costumes de cada etnia. Xavier observa que o etnodesenvolvimento é uma estratégia que impulsiona a autonomia e fortalece os laços comunitários nas aldeias. “Ao se desenvolver como comunidade produtiva, a aldeia passa a fortalecer sua identidade étnica na medida em que seus membros alcançam seus objetivos comuns”, pontua o presidente da Funai.
O coordenador-geral de Etnodesenvolvimento da Funai, Juan Negret Scalia, salienta que dentro da autonomia de cada povo indígena, a fundação procura escolher as cadeias produtivas e alinhar a produção a critérios de sustentabilidade ambiental. "No caso das lavouras da etnia Paresi, do Mato Grosso, por exemplo, no prazo de sete anos os indígenas reverteram os arrendamentos, passaram a adotar práticas de controle biológico em metade da área produtiva e estão se aproximando da cadeia de alimentos orgânicos. Esperamos, em breve, comemorar conquistas nesse sentido", destaca Scalia.
Assessoria de Comunicação / Funai