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Em webinar do Instituto General Villas Bôas, presidente da Funai destaca uso econômico sustentável de Terras Indígenas
Fotos: Ubirajara/Machado
O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier, participou na tarde desta sexta-feira (8) da segunda edição do Webinar Brasil 2022: 200 Anos de Independência, promovido pelo Instituto General Villas Bôas (IGVB). Na ocasião, Xavier abordou temas como o uso econômico sustentável de Terras Indígenas, geração de renda e medidas de combate à covid-19, entre outros. Confira aqui as fotos do evento.
Inicialmente, o presidente agradeceu a oportunidade de mostrar os avanços na política indigenista do Governo Federal e explicou os três pilares de sua gestão à frente da Funai: dignidade, pacificação de conflitos e segurança jurídica. Em seguida, ele citou as ações da fundação de combate à covid-19, com destaque para a entrega de cerca de 1 milhão de cestas básicas a famílias indígenas de todo o país durante a pandemia, o equivalente a 23 mil toneladas de alimentos. O presidente da Funai agradeceu ainda o apoio das Forças Armadas na logística de distribuição.
Xavier destacou também o investimento de R$ 30 milhões em ações de fiscalização em Terras Indígenas desde 2020. Como resultado, houve uma redução de 23,3 % no desmatamento em Terras Indígena da Amazônia Legal, segundo dados do Centro de Monitoramento Remoto (CMR) da fundação.
O presidente explicou ainda o contexto das Terras Indígenas no Brasil, abordando as diferentes fases de demarcação e apresentando dados territoriais atualizados e comparativos sobre o assunto. Ele também chamou atenção à Instrução Normativa n° 9/2020, que harmoniza o direito de propriedade e o direito de demarcação de Terras Indígenas. A regulamentação da atividade de mineração em áreas indígenas, atualmente em discussão no âmbito do Congresso Nacional, também entrou na pauta.
Xavier trouxe ainda uma série de exemplos de uso econômico sustentável das Terras Indígenas no país. Entre os destaques, o presidente citou o cultivo de arroz pelas etnias Xavante e Bakairi, no Mato Grosso, a produção de castanha pela etnia Cinta Larga, em Rondônia, e a produção de camarão pela etnia Potiguara, na Paraíba. “Os indígenas são senhores da sua própria vida e têm liberdade para decidirem como querem produzir. E a Funai está aqui para conscientizar as comunidades sobre a melhor forma de se desenvolverem”, ressaltou.
Recentemente, a Funai adquiriu 30 tratores para fornecer apoio às atividades produtivas em diversas aldeias no país. A intenção é garantir a segurança alimentar das diferentes etnias e possibilitar que elas ampliem a produção, investindo em processos de geração de renda. Ao todo, a Funai investiu de mais de R$ 4,6 milhões na aquisição do maquinário.
Produção sustentável
O líder do Grupo dos Agricultores Indígenas Arnaldo Zunizakae, da etnia Paresi, também esteve presente e defendeu a autonomia das populações indígenas, falando sobre o cultivo de cerca de 20 mil hectares de grãos pelas comunidades Paresi, Nambikwara e Manoki no Mato Grosso, que movimenta anualmente cerca de R$ 120 milhões e beneficia aproximadamente 2 mil indígenas, gerando mais de 200 empregos diretos e indiretos. A plantação ocupa menos de 2% do território e ocorre em locais já antropizado, sendo um exemplo bem-sucedido de etnodesenvolvimento na Região Centro Oeste.
Com apresentação do jornalista Alexandre Garcia e com participação on-line do General Eduardo Villas Bôas, a palestra do presidente da Funai encerrou a segunda edição do Webinar, que ocorreu entre os dias 6 e 8 de outubro com o tema “Uma moderna visão da plataforma geopolítica da Amazônia e as ações estratégicas para a defesa dos interesses nacionais na questão ambiental”.
O foco do Webinar recaiu sobre temas como questão indígena, segurança, defesa, desenvolvimento sustentável e preservação da Amazônia. Também foram palestrantes nesta edição presidente da Eletros - Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos, Jorge Nascimento, o jornalista Lorenzo Carrasco e o delegado da Polícia Federal Mauro Sposito.
Assessoria de Comunicação / Funai