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Cooperativa indígena do Espírito Santo alcança maior produção de mel desde sua fundação
Foto: Coopyguá
A Cooperativa de Agricultores Indígenas Tupiniquim e Guarani de Aracruz (Coopyguá) produziu, neste ano, a maior safra de mel desde o início de suas atividades, em 2012. Os indígenas do município de Aracruz (ES) colheram 725 quilos de mel de abelhas nativas sem ferrão, além de 60 quilos de pólen e 40 quilos de cera somente nos primeiros quatro meses de 2021. Uma equipe de indígenas percorreu, durante duas semanas, as casas de 30 famílias produtoras para recolher os produtos de 263 colônias de abelhas.
O mel produzido pelos indígenas cooperados é comercializado sob a marca Tupyguá. Tiago Barros dos Santos, presidente da cooperativa indígena, enfatiza a busca pela qualidade durante a produção. “Os resultados positivos que alcançamos nos motivam a manter o trabalho, especialmente para apresentar produtos que reflitam a nossa identidade tupiniquim e guarani. Passamos por importantes aprendizados nesse período. Como solução e avanço, estamos investindo na construção de um e-commerce que será inaugurado em breve para fortalecer ainda mais o nosso projeto”, ressalta.
A produção de mel dos indígenas Tupiniquim e Guarani recebeu apoio de um projeto em parceria com a empresa Suzano S.A., cujo objetivo foi resgatar atividades tradicionais nas aldeias, entre elas a meliponicultura, que é a criação de abelhas sem ferrão. O projeto oferece capacitação, acompanhamento técnico, materiais, equipamentos e insumos necessários para a atividade. Com a parceria, essa tradição está sendo resgatada, já que a espécie dessas abelhas chegou a estar quase desaparecida na região.
De acordo com o coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Minas Gerais e Espírito Santo, André Sucupira, a cooperativa das etnias Tupiniquim e Guarani é um modelo de autonomia, protagonismo e autossuficiência. “É um exemplo muito bem-sucedido de administração realizada pelos próprios indígenas. A atual gestão da Funai tem incentivado esse protagonismo”, enfatiza Sucupira.
Etnodesenvolvimento
Desde o início da pandemia do novo coranavírus, em março de 2020, a Funai já investiu cerca de R$ 18 milhões em ações de etnodesenvolvimento nas aldeias de todo país. Os recursos foram destinados a atividades de piscicultura, roças de subsistência, colheita de lavouras, confecção de máscaras de tecido e artesanato, produção agrícola, casas de farinha, entre outros. O objetivo é fazer com que os indígenas mantenham a produção, além colaborar para que, no pós-pandemia, as etnias invistam em processos de geração de renda.
Só nos últimos dois anos, a Funai investiu aproximadamente R$ 30 milhões em projetos voltados para a geração de renda nas aldeias e fortalecimento cultural dos povos indígenas, atendendo aos preceitos constitucionais de respeito aos usos, costumes e tradições de cada etnia. Os recursos foram destinados para ações que visam a autossuficiência das comunidades indígenas, como a aquisição de materiais de pesca, sementes, mudas, insumos, ferramentas e maquinário agrícola.
Seminário
Em uma iniciativa inédita, o Governo Federal promove nesta semana o 1º Seminário Nacional Povos Indígenas: Etnodesenvolvimento e Sustentabilidade. Fruto de uma parceria entre a Funai, Secretaria de Governo (SeGov) e Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), o tem como premissa promover o diálogo sobre perspectivas, ferramentas e instrumentos para o etnodesenvolvimento. Confira a programação completa do seminário no Portal da Secretaria de Governo e acompanhe as discussões no YouTube da Funai.
Assessoria de Comunicação/Funai
com informações da Redação CicloVivo