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Série de entrevistas da Funai: especial com o presidente Marcelo Xavier
Com mais de 68 mil cestas de alimentos entregues em todo o país, o presidente da Funai, Marcelo Xavier, fala nesta entrevista especial sobre a importância da ação. A iniciativa busca garantir a segurança alimentar dos povos indígenas, contribuindo também para que eles permaneçam nas aldeias. Xavier detalha ainda outras medidas adotadas pela fundação desde o início da pandemia.
Pergunta:
Em uma ação coordenada de norte a sul do país, a Funai já entregou mais de 68 mil cestas de alimentos a indígenas em situação de vulnerabilidade social. Qual o balanço que o senhor faz deste trabalho?
Resposta:
A segurança alimentar desses povos é uma das prioridades da Funai. Para evitar o contágio pela covid-19, os indígenas devem permanecer nas aldeias, o que pode dificultar o acesso a determinados alimentos. Por isso, estabelecemos esta ação, que vem sendo executada de forma exemplar pelas 39 unidades descentralizadas da fundação espalhadas pelo país. Alcançar este número tão expressivo só foi possível devido ao montante liberado pelo governo federal e ao empenho dos servidores envolvidos. Todos têm trabalhado incansavelmente para que os alimentos cheguem até às comunidades indígenas.
Pergunta:
Quais cuidados foram tomados para evitar casos de contaminação das cestas?
Resposta:
Estamos tomando todos os cuidados para que a distribuição ocorra de forma segura. As cestas passam por um processo de higienização antes de serem entregues às famílias indígenas, o que conta com o apoio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). Já os servidores envolvidos nas ações receberam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) fornecidos pela Funai, como máscaras descartáveis, luvas, toucas e óculos. Ao todo, foram enviadas mais de 200.000 unidades para as equipes.
Pergunta:
Uma nova rodada de entrega de alimentos está sendo organizada pelo governo federal. No que consiste a iniciativa?
Resposta:
Nas próximas semanas, terá início a distribuição de outras 308 mil cestas básicas, adquiridas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) com recursos do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Será mais uma grande ação do governo federal para garantir a segurança alimentar dos povos indígenas. A entrega será realizada pelas equipes das unidades descentralizadas da Funai, que conta com 39 Coordenações Regionais, 240 Coordenações Técnicas Locais, 11 Frentes de Proteção Etnoambiental e 20 Bases de Proteção Etnoambiental. Aproximadamente 154 mil famílias indígenas serão beneficiadas nas mais de 3 mil comunidades indígenas distribuídas em todas as Unidades da Federação.
Pergunta:
Há um planejamento especial para a distribuição das cestas em áreas de difícil acesso?
Resposta:
Há, sim. As 39 Coordenações Regionais da Funai já realizaram a cartografia das comunidades e o levantamento das necessidades em suas áreas de atuação. As localidades onde o acesso se dá apenas de barco ou avião contarão, inclusive, com plano de entrega específico, dada a complexidade da logística. Justamente por isso utilizamos parte da suplementação orçamentária de R$ 10,8 milhões recebida pela Funai para a aquisição de veículos e embarcações que irão viabilizar o trabalho dos servidores nas ações de combate ao coronavírus.
Pergunta:
O isolamento dos indígenas é fundamental neste momento?
Resposta:
Temos acompanhado de perto os indígenas, que estão sendo orientados sobretudo a evitarem aglomerações e o deslocamento para as cidades, sendo conscientizados de que a permanência nas aldeias é a medida mais eficaz para evitar a contaminação. Acompanhamos também as atividades dos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) espalhados pelo Brasil, e trabalhamos em parceria com eles em atividades de prevenção e monitoramento.
Pergunta:
Quais foram as outras medidas que a Funai adotou para proteger os povos indígenas no contexto da covid-19?
Resposta:
Desde o mês de março, a Funai implementou uma série de medidas para prevenir o contágio entre as populações indígenas. As primeiras ações foram a suspensão de autorizações de entrada em Terras Indígenas e a recomendação do isolamento social nas comunidades. Em seguida, começamos a distribuição das cestas. Também estamos realizando barreiras sanitárias para impedir a entrada de não indígenas nas aldeias.
Pergunta:
A campanha Empresa Solidária é outro exemplo?
Resposta:
Certamente. Lançamos esta campanha com o objetivo de arrecadar doações que serão destinadas às famílias indígenas mais vulneráveis, como alimentos não-perecíveis, itens de higiene pessoal e materiais de limpeza. A ideia é que as doações possam se somar ao trabalho que vem sendo feito pelo poder público. Além disso, é importante ressaltar o apoio da Funai a atividades ligadas ao etonodesenvolvimento, a fim de promover a autonomia financeira das comunidades. O povo Paresi, no Mato Grosso, por exemplo, está passando pela pandemia sem necessidade de auxílio do governo federal. Ainda estão distribuindo R$ 1.600,00 para cada família indígena, fruto da produção de grãos. Isso é o que tenho buscado fortalecer na minha gestão: promover a dignidade dos povos indígenas e fazer com que eles sejam protagonistas da sua própria história.
Assessoria de Comunicação / Funai