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ETNODESENVOLVIMENTO
Povo Tupinambá investe em produção de mel no Sul da Bahia
Integrantes da Associação Indígena dos Tupinambá do Acuípe de Cima (Aitac) durante a coleta de mel
A Associação Indígena dos Tupinambá do Acuípe de Cima (Aitac) realizou a primeira venda da produção de mel para o mercado consumidor do município de Ilhéus (BA). Cerca de 200 quilos do produto foram comercializados no mês de outubro para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Ministério da Cidadania, e para os Centros Públicos de Economia Solidária (Cesol).
O investimento em apicultura contou com recursos do projeto Bahia Produtiva, do governo do estado. O aporte de cerca de R$ 313 mil foi utilizado na aquisição de equipamentos, roupas especiais de apicultor, veículo utilitário e na construção de quintais agroflorestais. Com os recursos, a Aitac também aprimorou os processos produtivos do mel dentro das práticas sustentáveis de preservação ambiental que já eram realizadas pela associação indígena, como a utilização de quintais agroflorestais.
De acordo com o coordenador-geral de Etnodesenvolvimento da Funai, Juan Felipe Negret Scalia, a iniciativa demonstra a importância de reservar orçamentos das políticas públicas, como o PAA e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que contribuem, significativamente, para garantir vendas de empreendimentos indígenas em fase de estruturação.
Produto certificado
Para obter duas importantes certificações, o Selo de Identificação de Produtos da Agricultura Familiar (SIPAF Bahia) e o Selo Indígenas do Brasil, a associação indígena contou com o apoio da Coordenação Regional Sul da Bahia, com sede em Porto Seguro. Os certificados garantem que a produção é feita por agricultores familiares indígenas, valorizando a produção indígena no mercado consumidor.
Segurança alimentar
Como parte das ações de etnodesenvolvimento, a Coordenação Regional e as Coordenações Técnicas Locais (CTLs) no Sul da Bahia têm apoiado projetos de fortalecimento da agricultura familiar indígena. No contexto de enfrentamento à covid-19, as unidades da Funai atuam para reforçar a segurança alimentar das comunidades indígenas, o que contribui para a permanência dos indígenas em suas aldeias.
“Principalmente nas áreas mais impactadas pelo necessário isolamento social, que são áreas localizadas na faixa litorânea. A base de renda e economia dessas comunidades é pautada principalmente pelo turismo e pela comercialização de artesanato, atividades fortemente reduzidas devido à pandemia. Neste contexto, a agricultura emerge como alternativa fundamental para a segurança alimentar e nutricional dessa população. Por isso, a Funai tem apoiado esse processo com o fornecimento de sementes, ferramentas, equipamentos agrícolas, materiais para manutenção e implantação de farinheiras”, explica o coordenador da Funai no Sul da Bahia, Josafá Batista Reis.
“De outra parte, fornecemos apoio logístico no transporte de corretivos orgânicos até os locais de plantio e no escoamento de produção. Neste ano, apoiamos a implantação de mais de 60 áreas de roças com o cultivo de abóbora, milho, feijão, mandioca, aipim, melancia, maxixe, quiabo, jiló e hortaliças, beneficiando cerca de 100 famílias. Concomitantemente, temos apoiado as atividades de pesca artesanal, por meio do fornecimento de panagens de redes de pesca, dentre outros materiais”, completa Reis.
Assessoria de Comunicação / Funai
com informações da CR Sul da Bahia