Notícias
Nota de esclarecimento sobre matéria da Revista Veja publicada em 06/10/20
Em relação à matéria “Funai e o descaso com os índios isolados”, publicada no dia 6 de outubro de 2020 no blog do jornalista Matheus Leitão, no site da Revista Veja, a Fundação Nacional do Índio (Funai) vem a público esclarecer os pontos a seguir:
Diferente do que afirma o texto inveridicamente, a Funai tem tomado todas as medidas para proteção dos povos indígenas isolados no âmbito da covid-19, de modo a evitar qualquer risco a essas populações. A prova de que as ações da Funai vêm sendo efetivas é que, até o momento, não há nenhum registro de contágio entre povos isolados.
Entre as principais estratégias da Funai para prevenir o contágio das comunidades, está o suporte a barreiras sanitárias. A fundação participa, atualmente, de 311 barreiras sanitárias em funcionamento no país para monitorar o fluxo de pessoas nas proximidades das aldeias e impedir o ingresso de não indígenas. O órgão trabalha em articulação e cooperação com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai/Ministério da Saúde) nos planos de contingência específicos voltados para povos isolados e de recente contato.
Ainda no mês de março, início da pandemia no país, a Funai já havia suspendido as autorizações para ingresso em Terras Indígenas. O órgão participa também da Operação Verde Brasil 2, deflagrada pelo governo federal para executar ações preventivas e repressivas contra delitos ambientais na Amazônia Legal.
Cabe destacar, ainda, que a fundação investiu, no período de um ano, cerca de R$ 7,5 milhões em fiscalização e proteção territorial em áreas onde vivem indígenas isolados e de recente contato.
Todas as informações sobre medidas de combate à covid-19 e proteção dos povos indígenas isolados têm sido amplamente divulgadas nos canais oficiais de comunicação da Funai. Em uma breve consulta, qualquer jornalista pode ter acesso aos dados. A não ser que prefira omitir os fatos.
Além disso, cumpre esclarecer que o antropólogo e doutor em Ciências Humanas e Sociais Ricardo Lopes Dias está à frente da Coordenação-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato da Funai (CGIIRC) em razão de sua notável formação acadêmica, capacitação técnica e ampla experiência com povos indígenas no Vale do Javari, Estado do Amazonas. A permanência dele no cargo contou, inclusive, com o aval do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha.
A Funai também contesta a versão relatada na reportagem de que havia divergências entre o coordenador-geral e o indigenista Rieli Franciscato, que perdeu a vida em serviço no mês passado na Terra Indígena Uru Eu Wau Wau, em Rondônia. Na tentativa de atribuir a Rieli falas não comprovadas (posto que “as fontes” são sempre ocultas), o jornalista falta com a verdade e age com desrespeito à memória do indigenista.
À época do óbito, tanto o presidente Marcelo Xavier quanto o coordenador-geral Ricardo Lopes Dias manifestaram publicamente profundo pesar e ressaltaram a trajetória de empenho de Rieli na proteção dos povos indígenas. Ao dedicar mais de 30 anos à atividade, o servidor deixou um imenso legado à política indigenista. As expressões de respeito a este legado foram autênticas, repetidas vezes afirmadas.
Por fim, a Funai lamenta o tom sensacionalista da reportagem e os ataques infundados à instituição reproduzidos no texto, que demonstram desinformação por parte do jornalista Matheus Leitão. A exemplo da foto utilizada para ilustrar a matéria, que não se refere à fachada do prédio que abriga a Sede da Funai atualmente.
Assessoria de Comunicação / Funai