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Nesta semana, a série de entrevistas com os coordenadores regionais traz José Resina, da unidade de Ponta Porã (MS)
O sr. José Resina [à direita] com o presidente da Funai, Marcelo Xavier, na sede da fundação, em Brasília
José Resina Fernandes Júnior fala sobre as ações de enfrentamento à covid-19 realizadas pela Coordenação Regional de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. Desde o início da pandemia, a unidade da Fundação Nacional do Índio (Funai) na região distribuiu cerca de 25,5 mil cestas básicas nas aldeias em sua área de atuação. Do total de cestas entregues até agora, 15,6 mil foram adquiridas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com recursos do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Confira a entrevista.
Pergunta: Quais são as ações da Coordenação Regional de Ponta Porã em relação à prevenção do contágio da covid-19 nas aldeias?
Resposta: Nossa Coordenação Regional trabalha em cooperação com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) levantando informações sobre as barreiras sanitárias e postos de controle de acesso, bem como sobre a situação dos casos de covid-19 nas áreas indígenas. Além desse acompanhamento, fortalecemos as comunidades com materiais de higiene básica e com mantimentos, como forma de fortalecer a segurança nutricional dos indígenas e evitar a saída das aldeias para aquisição de alimentos. Elaboramos, inclusive, planos de trabalho emergenciais para o levantamento de recursos com este fim. Também fornecemos orientações sobre as medidas necessárias à prevenção e combate à covid-19.
Pergunta: Quais são as principais atividades da CR Ponta Porã atualmente?
Resposta: A CR Ponta Porã presta assistência a povos indígenas de 14 municípios circunscritos às nossas cinco Coordenações Técnicas Locais (CTLs). Essas unidades estão localizadas nos municípios de Amambaí, Antônio João, Iguatemi, Paranhos e Tacuru. Atendemos aproximadamente 9,4 mil famílias indígenas. Esse atendimento vai desde a emissão de documentos como o Registro Administrativo de Nascimento de Indígena (RANI), declaração de atividade rural, de residência, até projetos de etnodesenvolvimento e de assistência social. Nossa coordenação também atua em parceria com os órgãos das esferas municipal e estadual, além de colaborar com o Ministério Público Federal (MPF) na defesa dos interesses indígenas. É importante citar, ainda, que nos encontramos na faixa de fronteira entre o Brasil e o Paraguai, que, por sua vez, resulta em questões que ultrapassam o território nacional.
Pergunta: Quais são os principais projetos de etnodesenvolvimento nas aldeias?
Resposta: Fortalecemos as comunidades com insumos básicos à agricultura de subsistência, distribuindo materiais como ferramentas diversas, sementes e mudas. Em parceria com outros órgãos, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), os indígenas aprendem técnicas de cultivo agrícola, como o preparo da terra, a colheita e afins. Atualmente, temos projetos ligados à produção de milho, mandioca e abóbora.
Pergunta: Quais os pontos que o senhor gostaria de destacar da sua gestão na CR Ponta Porã?
Resposta: Devido ao atual contexto, minha atuação tem focado as ações de prevenção e combate à covid-19 em áreas indígenas. Também venho procurando fortalecer o quadro de pessoal da Coordenação Regional, convidando ex-servidores de destaque, que hoje se encontram aposentados, para reintegrar nossa equipe e contribuir com sua vasta experiência nesta gestão, que não é só minha. Colaborei, ainda, a convite da Coordenação-Geral de Geoprocessamento (CGGEO), em uma ação de georreferenciamento da Terra Indígena Ofayé-Xavante, localizada no município de Brasilândia (MS). Entendo que, através de uma postura atuante, é possível realizar trabalhos significativos em prol das comunidades indígenas envolvidas.
Pergunta: Quais são os desafios enfrentados pela CR Ponta Porã?
Resposta: Atuamos com muitas comunidades, que estão distribuídas em 14 municípios. Precisamos ter um diálogo contínuo com esses indígenas, o que se viabiliza mediante a atuação das CTLs. Por isso, considero o fortalecimento das pontas o maior desafio.
Assessoria de Comunicação / Funai
com informações da CR Ponta Porã