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I Webnar Interinstitucional entre Funai e Embrapa aborda desenvolvimento sustentável em Terras Indígenas
Presidente Marcelo Xavier durante evento online organizado em parceria com a Embrapa. Foto: Mário Vilela/Funai
A Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) discutiram ações voltadas para o desenvolvimento sustentável e a conservação da biodiversidade em Terras Indígenas no âmbito do novo Acordo de Cooperação Técnica (ACT) assinado pelas instituições. Foi durante o I Webnar interinstitucional, realizado nesta quarta-feira (02). O evento online, voltado para dirigentes, analistas, técnicos e pesquisadores, contou com a participação dos presidentes da Funai, Marcelo Xavier, e da Embrapa, Celso Luiz Moretti.
“O acordo entre Funai e Embrapa é histórico. Estamos caminhando para dar às comunidades indígenas o protagonismo que elas sempre procuraram, mostrando que é possível a gestão ambiental sustentável em seus territórios. Nesse sentido, a Embrapa tem muito a contribuir. Garantindo a sustentabilidade, é possível promover a geração de renda entre as etnias e reforçar o sentimento de seus usos, costumes e tradições”, pontuou Xavier.
O presidente da Funai citou também o caso dos Paresi, do Mato Grosso, que são exemplo de produção sustentável no Centro Oeste do país. A etnia soma 18 mil hectares de área plantada e fatura cerca R$ 20 milhões ao ano, utilizando apenas 1,55% do seu território. “Temos que respeitar a autonomia das populações indígenas, conversar diretamente com elas e verificar as potencialidades. As comunidades anseiam por melhores condições de vida”, destacou.
Para o presidente da Embrapa, a parceria com os indígenas e a Funai vai ao encontro das políticas públicas já estabelecidas. “Temos uma grande oportunidade, inclusive de desenvolver nas Terras Indígenas ações vinculadas aos objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas”, ressaltou.
"Os territórios indígenas apresentam muitas possibilidades de gerar estratégias e produtos que alinhem os conhecimentos tradicionais e os técnico-científicos em prol da gestão territorial desses espaços, garantindo a longo prazo a preservação do meio ambiente nessas regiões”, completou Moretti.
O novo ACT entre Funai e Embrapa foi assinado em setembro, numa parceria que incentiva ações de pesquisa e o desenvolvimento de cadeias produtivas em comunidades indígenas nos estados do Acre, Roraima, Mato Grosso, Tocantins, Bahia, Alagoas, Sergipe e Pernambuco. O acordo vai viabilizar ainda ações conjuntas voltadas à implementação da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental em Terras Indígenas (PNGATI).
As ações propostas pelo ACT já haviam sido realizadas de forma pioneira por algumas unidades regionais da Funai e da Embrapa. Nesse sentido, o workshop contribuiu para nivelar as informações, discutindo os trabalhos que já vêm sendo desenvolvidos, o contexto atual, as perspectivas futuras e a atuação das instituições em cada projeto.
Pela fundação, participaram das discussões o coordenador-geral de Promoção ao Etnodesenvolvimento, Juan Scalia; o coordenador da CR Juruá, Marco Gimenez; e os servidores Juvino Alba, da CR Roraima; Francimar Albuquerque, da CR Baixo São Francisco; Rodrigo Egufo, da CR Cuiabá; Marcelino Dantas, da CR Nordeste I; e Thaís Bittencourt, da Coordenação-Geral de Promoção a Etnodesenvolvimento da Funai.
Assessoria de Comunicação / Funai