A produção deverá atender a demanda do próprio Banco de Alimentos, que desde 2016 adquire produtos cultivados em TIs do município para compor a merenda escolar na região. A assinatura do Termo de Cooperação Técnica contou com a participação de associações indígenas das etnias guarani M'bya e Guarani Nhandeva (Tupi Guarani).
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Funai e prefeitura de Itanhaém (SP) assinam termo de cooperação e inauguram agroindústria
Foto: Divulgação
A Fundação Nacional do Índio (Funai) e a prefeitura de Itanhaém (SP) firmaram um Termo de Cooperação Técnica para beneficiamento de produtos cultivados em Terras Indígenas (TIs) e inauguraram a ampliação de uma unidade agroindustrial destinada à atividade. A infraestrutura já existente do município do litoral paulista, instalada no Banco de Alimentos da cidade, foi ampliada com a aquisição, pela Funai, de maquinário para a fabricação de doces, polpas, massas e microprocessamento de palmito pupunha.
Segundo o técnico da Funai Michel Silva, responsável pelo projeto, o beneficiamento e microprocessamento dos produtos cria ciclos produtivos mais consistentes nas comunidades. "Com o projeto, o produtor rural colhe seu produto e o envia para agroindústria. A produção e beneficiamento na fábrica ficam a cargo das mulheres indígenas. Desse modo, o produtor recebe pelo produto in natura e a mulher indígena recebe pelo produto processado, com valor agregado, garantindo a inclusão das mulheres no processo produtivo", explica.
O Termo de Cooperação Técnica prevê ainda a cessão de uma barraca na feira do produtor e outra na feira central de Itanhaém para a venda do excedente da produção agrícola. Além disso, está prevista parceria técnica com o Departamento de Agricultura para a padronização dos produtos ao mercado, bem como assistência técnica desde o plantio nas aldeias até o processamento dos alimentos, com supervisão de nutricionista e corpo técnico da prefeitura.
Merenda escolar
O projeto ainda ressalta como a cultura agrícola Guarani preserva há séculos variedades tradicionais de cultivo de milho, batata, amendoim e mandioca de diversas cores, tamanhos e formatos. O projeto de resgate dos cultivares tradicionais foi iniciado em 2014 por meio de parceria entre a Funai e os Guarani e possibilitou a migração dessas técnicas entre aldeias.
Em 2016, com o aumento da produção de diversas variedades de milho Guarani, a prefeitura de Itanhaém incluiu o alimento, considerado sagrado para os indígenas, na merenda escolar das aldeias. A iniciativa conquistou o Prêmio Josué de Castro de Segurança Alimentar, um dos mais importantes de São Paulo. Em 2018, a batata doce guarani foi incluída na alimentação escolar indígena de Itanhaém. No ano seguinte, a prefeitura de Peruíbe também passou a comprar a variedade indígena conhecida como batata abóbora, alimento com alto teor de betacaroteno e fibras solúveis.
Assessoria de Comunicação / Funai
com informações da CR Litoral Sudeste e da prefeitura de Itanhaém (SP)