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Funai busca acesso de agricultores indígenas a crédito junto ao Banco da Amazônia
Indígenas Paresi, Nambikwara e Manoki possuem domínio das técnicas de plantio de lavoura mecanizada. Foto: Mário Vilela/Funai
A Fundação Nacional do Índio (Funai) articula junto ao Banco da Amazônia (Basa) a obtenção de crédito de custeio e de investimento para atividades produtivas dos povos indígenas Paresi, Nambikwara e Manoki, do Mato Grosso. A iniciativa de solicitar o apoio da instituição bancária partiu do presidente da Funai, Marcelo Xavier, em ofício enviado ao presidente do Basa, Valdecir Tose.
No documento, Marcelo Xavier explica que esses povos possuem domínio das técnicas de plantio de lavoura mecanizada no Estado do Mato Grosso. As primeiras iniciativas remontam a década de 1980, quando foram introduzidos os primeiros maquinários para plantio de arroz na região. Devido à falta de apoio institucional, no entanto, eles esbarram em dificuldades que resultaram no arrendamento das áreas.
"Em 2013, a Funai decidiu empreender junto com esses povos um processo de transição para reverter esses arrendamentos e de legalização de suas lavouras. No ano de 2018, foram encerrados todos os contratos de arrendamento em um total de 18.100 hectares repartidos em 11 áreas diferentes", assinala Xavier no ofício. Na gestão dele à frente da Funai, foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) visando regularizar a produção agrícola, por meio de lavouras mecanizadas, nas Terras Indígenas Rio Formoso, Paresi, Utiariti, Tirecatinga e Irantxe. Com o TAC, os indígenas puderam retomar a utilização da área designada para a produção agrícola mecanizada, a fim de vender no mercado externo.
"Importante notar que, nos 18.100 hectares, a produção é diversificada, contando com feijão mungu, feijão azuki, painço, girassol, entre outras culturas; dentre elas, vale destacar que os mesmos detém sementes de soja preta suficientes para o plantio de aproximadamente mil hectares e que a mesma possui um alto valor agregado. Desta maneira, torna-se fundamental que os mesmos possam ter estruturas próprias de secagem e armazenamento", pontua Marcelo Xavier.
O presidente da Funai sugere ainda uma agenda técnica entre os setores responsáveis no Banco da Amazônia e na Funai para tratar da possibilidade de os indígenas acessarem crédito para custeio e investimento na safra 2021/2022, a fim de agregar valor, ampliar a estrutura de produção e, consequentemente, fortalecer o cultivo na área.
Assessoria de Comunicação / Funai