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Rodada de conversas promove fortalecimento identitário de povo indígena de recente contato
Em processo de reelaboração da própria identidade, os Juma mostram que a força de um povo nunca se extingue. Durante o mês de outubro, na Terra Indígena (TI) Juma-AM, um ritual de casamento tradicional foi realizado pela primeira vez após 80 anos, uma nova cacica foi escolhida pela comunidade e rodada de conversas trouxe à discussão assuntos como educação, representação feminina na instâncias de governança, importância das manifestações culturais, convivência comunitária e casamentos interétnicos.
As ações foram promovidas e apoiadas pela Funai em esforço conjunto da Coordenação-Geral de Promoção da Cidadania (CGPC) e Coordenação Regional do Madeira, no Amazonas. "Foi um momento muito oportuno para a aldeia inteira sentar, dialogar, fazer um diagnóstico da situação social e da inserção deles dentro de um contexto indígena regional. Eles puderam pensar sobre si mesmos. Foi também uma oportunidade de a Funai entrar em contato direto com as demandas que eles têm e, juntos, verificarmos como a instituição poderá melhor atendê-los", comenta Rodrigo Arthuso, indigenista especializado da CGPC que acompanhou a rodada de conversas.
Ao final da rodada de conversas, que durou três dias, os Juma elaboraram cartas à Prefeitura e Secretaria de Educação do Município de Canutama - AM, ao Conselho Distrital de Saúde Indígena (CONDISI), à Diretoria de Proteção Territorial da Funai e à Coordenação Regional do Madeira. Nos documentos ao município solicitaram fornecimento periódico de material escolar e merenda que respeite a cultura alimentar indígena, contratação de merendeiras, formação anual de professores e outros aspectos voltados à melhoria da educação escolar indígena na região. À Funai os Juma requerem a recuperação dos marcos do limite territorial da TI.
Assessoria de Comunicação/Funai