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Operação Walopali/Curare XI desmantela focos de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami
Uma grande ação de desmantelamento do garimpo ilegal na Terra Indígena (TI) Yanomami chegou à etapa final na última quinta-feira (03). A Operação Walopali/Curare XI abordou mais de 30 focos de garimpo, realizou o flagrante de diversos ilícitos na TI e retirou cerca de 300 invasores durante 12 dias de duração.
Walopali, que na língua yanomami-ninam significa "espírito da onça-pintada" e designa locais de força espiritual dos pajés, é também o nome da Base de Proteção Etnoambiental (BAPE) que a Funai está reativando no Rio Mucajaí, o que ocorre em consonância com a operação.
Cerca de 75 agentes da Funai, Exército Brasileiro, Polícia Federal, Ibama, ICMBio, Divisão para Erradicação do Trabalho Escravo do Ministério da Economia (Detrae), Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (FEMARH) e Polícia Civil de Roraima se dividiram em três frentes de atuação na região ocidental da TI e na Floresta Nacional de Roraima, ao longo das calhas dos rios Mucajaí e Couto Magalhães, um dos principais focos de garimpo ilegal de grandes proporções.
A infiltração se deu por meio de transporte aeromóvel, fluvial e terrestre. Foram utilizados um helicóptero, oito embarcações e nove viaturas.
A retirada dos invasores foi acompanhada da inutilização de dezenas de motores, bombas draga, geradores e equipamentos de sucção utilizados nos garimpos de barranco, chamados localmente de "tatuzão". Um helicóptero foi apreendido e duas pistas de pouso ilegais de abastecimento ao garimpo foram destruídas. A apreensão e inutilização de maquinários ocorreu conforme a legislação vigente, para evitar o uso e aproveitamento indevidos.
Contexto
A TI Yanomami é a maior terra indígena do Brasil, com área de cerca de 9,6 milhões de hectares, onde habitam cerca de 26 mil indígenas dos Povos Yanomami e Ye'kuana. O território também contém a referência confirmada de um povo indígena isolado, além de seis outras referências em estudo.
Estima-se que cerca de 7 a 10 mil garimpeiros estejam invadindo a Terra Indígena, acarretando em enorme impacto socioambiental, incorrendo na expansão de doenças, violência, desmatamento, assoreamento dos rios e contaminação por mercúrio nas comunidades.
Conforme a Ação Civil Pública n.º 1000551-12.2017.4.01.4200, três Bases de Proteção Etnoambiental da Funai, estruturas que visam garantir a proteção dos povos indígenas isolados e de recente contato, devem ser reativadas na Terra Indígena Yanomami. Para tal, a Coordenação-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC) tem promovido articulação interinstitucional para deflagrar operações de combate ao garimpo, o que se faz necessário à implantação das bases.
Coordenação-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato e Assessoria de Comunicação