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Ministro Santos Cruz e presidente da Funai se reúnem com 34 lideranças indígenas do Médio Xingu em Altamira (PA)
O ministro da Secretaria de Governo, general Santos Cruz, e o presidente da Funai, Franklimberg de Freitas, se reuniram com 34 lideranças indígenas do Médio Xingu em Altamira (PA) nessa terça-feira (12), na Coordenação Regional da Funai na cidade.
A reunião foi solicitada por lideranças que foram à Brasília no mês passado exigir que o governo fosse à Altamira verificar as obras de compensação da empresa Norte Energia em razão da construção da Usina Hidrelétrica (UHE) de Belo Monte. Ao todo, a UHE afetou mais de quatro mil indígenas da região.
As lideranças reivindicaram a presença da Polícia Federal e dos órgãos fiscalizadores na coibição de invasores nas Terras Indígenas do Estado, o processo de licenciamento e a continuidade da execução das obrigações referentes ao Plano Básico Ambiental de Belo Monte, a demarcação das TI's da região, a desintrusão da Terra Indígena Apyterewa, a participação dos indígenas na reestruturação da saúde e educação indígena e no monitoramento territorial das TI's da região, e o fortalecimento da Funai após a reestruturação do órgão pela Medida Provisória 870/19.
"Pela primeira vez eu vejo o governo aqui. Estou alegre e agradeço vocês virem ver de perto a nossa realidade, porque estou vendo que o governo está se empenhando para resolver o nosso problema. O ministro prometeu que viria e cumpriu sua promessa", disse Rodrigo Parakanã, liderança da TI Kuruaia, que denunciou a invasão de garimpeiros na base um do rio São Sebastião.
Franklimberg informou às lideranças que o presidente Jair Bolsonaro já ordenou três operações da PF em Rondônia para coibir invasores em Terras Indígenas e que as próximas serão nos Estados do Maranhão e do Pará. O ministro Santos Cruz ressaltou que o governo tomará as medidas necessárias para resolver o problema. "Invasão é crime. É caso de polícia. Vamos conversar com os ministros da Justiça e do Meio Ambiente e pedir reforço da Polícia Federal e do Ibama aqui no Pará ", afirmou o general.
As lideranças entregaram cartas ao ministro e ao presidente da Funai com todas as reivindicações da região. Representando os indígenas, Léo Xipaya pediu para que o governo olhe para as comunidades e escute as suas solicitações. "O nosso povo está morrendo sem saúde. Nós merecemos respeito. Foi garantido que o ministro viria e isso já é a garantia de um tempo novo para a gente", destacou.
Após a reunião, a comitiva do governo se reuniu apenas com o povo Parakanã para tratar da questão da desintrusão da Terra Indígena Apyterewa. Hoje, o local abriga cerca de 750 indígenas e 1200 famílias que não fazem parte da comunidade. Os Parakanã aguardam o processo de desintrusão desde 2017, quando a terra foi homologada.
O ministro Santos Cruz prometeu levar o assunto ao ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fuz na próxima semana.
Priscilla Torres
Ascom/Funai