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III Semana Indigenista reúne servidores e indígenas de todo país em comemoração aos 52 anos da Funai
Encerrou hoje (6) a III Semana Indigenista da Funai realizada em Brasília em comemoração aos 52 anos da instituição. O evento organizado pela Coordenação de Desenvolvimento de Pessoal (Codep) se configura como espaço de discussão e aprendizado sobre a política indigenista brasileira e contou este ano com a participação de indígenas, pesquisadores, servidores das coordenações regionais e da sede, além de convidados de instituições parceiras.
Na manhã do dia 2, na mesa de abertura, o presidente Marcelo Xavier declarou a importância da capacitação dos servidores e do fortalecimento institucional para o atendimento aos povos indígenas: "Nenhuma instituição pode ser grande se os servidores não forem capacitados de forma convicta. Eu quero uma Funai forte não só na Sede, mas principalmente nas pontas e a capacitação do servidor é fundamental."
Além do presidente, compuseram também a mesa de abertura a socióloga Maria Virgínia Casado, oficial de projetos do Setor de Cultura da Representação da Unesco no Brasil, o historiador Deyvisson Gusmão, coordenador-geral de Identificação e Registro, do Departamento de Patrimônio Imaterial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a servidora Ângela Elias, representante da Coordenação de Processos Educativos da Funai (COPE).
Nas mesas redondas, foram discutidos temas como protagonismo indígena e produção do saber, produção indígena de audiovisual, rádio e redes sociais, experiências indigenistas de documentação, valorização, revitalização e salvaguarda de línguas e culturas indígenas, memórias de servidores ativos e aposentados, entre outros assuntos. O protagonismo indígena também foi enaltecido pelo lançamento do filme mais recente do Coletivo Fulni-ô de Cinema, Guardiões de um Tesouro Linguístico, em que idosos do povo Fulni-ô contam sobre a realidade da aldeia de Águas Belas-PE e da relação com o Yaathe, a última língua indígena que se manteve forte no nordeste brasileiro.
Jósimo Puyanawa, um dos indígenas participantes do evento, é antropólogo e compartilhou com o público da III Semana um pouco dos estudos que tem desenvolvido no doutorado sobre a língua e a história Puyanawa a partir das narrativas nas aldeias daquele povo. "Precisamos mais e mais valorizar essas tradições e que o governo fortaleça e apoie essas instituições para que possam acontecer mais eventos como esse", comentou.
No dia 5, aniversário da Funai, foi realizada uma Sessão Solene como parte da Semana Indigenista. Com discurso, poema e música, os servidores expressaram a importância do órgão para o país e para suas vidas. Na ocasião, Txai Shane encantou a todos ao apresentar duas canções tradicionais do povo Huni Kuin do Rio Jordão, do Acre.
João Farias recitou o poema de sua autoria Coração de Barro. Emocionado, o servidor declarou que a Funai nada é sem os povos indígenas e que eles também merecem os parabéns pelos 52 anos. Pouco depois recitou, entre outros trechos: "Trago no peito/o chiado da angina/Repisado pelos afazeres/Senhor do meu dia-a-dia/Mas que me permitiu/Construir com teimosia/A minha fé indigenista."
Assessoria de Comunicação/Funai