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Funai e Ibama promovem videoconferência para preparar brigadas de incêndio em Terras Indígenas
O início da temporada de estiagem em boa parte do território nacional já acendeu o alerta para a prevenção de incêndios nas aldeias indígenas. Com o objetivo de preparar as unidades regionais da Funai e do Ibama para as ações preventivas, ambos os órgãos realizaram uma videoconferência para alinhar as medidas conjuntas e a atuação das brigadas indígenas no ano de 2019.
Imagem da capa: formação da brigada de incêndio com indígenas do Povo Manoki-Myky no oeste do Mato Grosso
A reunião transmitida no dia 26 a partir da sede do Ibama, em Brasília, contou com a participação das coordenações regionais da Funai de dez estados: Mato Grosso, Rondônia, Roraima, Amapá, Tocantins, Pará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Bahia. As unidades desses estados foram escolhidas por serem prioritárias em relação aos incêndios florestais, destaca o coordenador de Prevenção de Ilícitos da Diretoria de Proteção Territorial (DPT/Funai), Newton Galache. "A videoconferência é resultado da renovação do acordo de cooperação técnica entre os dois órgãos", frisou o coordenador do Ibama.
Durante a transmissão, o coordenador do Prevfogo/Ibama, Gabriel Zacharias, abordou a importância do Manejo Integrado do Fogo e das campanhas educativas realizadas na rede de ensino público, a exemplo da campanha "Conhecendo o fogo bom e evitando o fogo mau", parceria entre o Ibama e a Secretaria de Educação de Campo Grande/MS. Em 2018, o número de brigadistas indígenas contratados para atuar nas ações de prevenção do Centro Nacional de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Prevfogo/Ibama) chegou a 3.317 pessoas.
Cooperação
Em respeito à autonomia dos Povos Indígenas, a criação de uma brigada em uma aldeia requer a aceitação da própria comunidade em relação ao recrutamento de alguns de seus integrantes. Já a atuação dos brigadistas nos territórios indígenas é definida "a partir critérios como áreas de vegetação nativa remanescente, número de focos de calor, condições para instalação de infraestrutura e logística", de acordo com informações do Ibama. Entre os anos de 2013 e 2018, foram recrutados brigadistas em mais de 40 Terras Indígenas.
As brigadas indígenas atuam na diminuição dos focos de incêndio, na recuperação de áreas degradadas e em atividades de educação ambiental. Ao empregar o Manejo Integrado do Fogo, as brigadas conciliam os conhecimentos tradicionais das aldeias com a técnica da queima prescrita e recursos de alta tecnologia como mapas a partir de imagens por satélite.
Conforme relata o indigenista especializado da Coordenação-Geral de Monitoramento Territorial (CGMT/Funai), Guilherme Cosenza Almeida, "ao longo desses anos de parceria entre a Funai e o Ibama, as medidas de prevenção apresentaram resultados positivos não só de ordem ambiental, com a redução de impactos decorrentes de grandes incêndios, mas também de ordem social e cultural, uma vez que o conhecimento tradicional do uso do fogo pelas comunidades indígenas tem sido valorizado e incorporado no planejamento e execução dessas ações em campo".
A posição do Brasil no panorama mundial de conservação ambiental novamente ganha destaque com a realização da 7ª Conferência Internacional sobre Incêndios Florestais –
Wildfire 2019
, em Campo Grande/MS, entre 28 de outubro e 1º de novembro, em cuja organização participa a Funai.
Guilherme Cosenza explica que "o evento visa estabelecer um espaço para discussão e troca de experiências entre os diversos atores nacionais e internacionais envolvidos na temática de incêndios florestais, incluindo brigadistas e membros de comunidades tradicionais e indígenas. Os interessados têm até o próximo dia 10/05 para submeterem resumos de trabalhos e/ou relatos de experiências sobre o tema, conclui.
Assessoria de Comunicação Social da Funai
com informações da CGMT/Funai e Prevfogo/Ibama