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Estudantes indígenas do Mato Grosso recebem capacitação técnica em gestão de negócios
Um grupo de setenta e sete estudantes indígenas realizou o Curso de Formação Inicial Continuada em Gestão de Negócios nas unidades do Instituto Federal de Mato Grosso em Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis. O curso ofereceu 160 horas aula de capacitação e contou com três etnias representadas: dos povos Haliti Paresi, Nambikwara e Manoky.
O curso, que faz parte do Plano de Gestão Haliti Paresi e foi promovido pelas Associações Indígenas Waymarê e Halitinã, atendeu duas turmas de estudantes. Uma turma de 34 indígenas que estudam no campus de Tangará da Serra, e outro grupo de 43 indígenas da unidade de Campo Novo do Parecis. As aulas realizadas no mês de agosto abordaram temas como associativismo, cooperativismo, gestão comunitária com ênfase em noções de administração, contabilidade, planejamento, empreendedorismo e informática.
Para Genilson André Kezomae, membro da aldeia Wazare e um dos organizadores do curso, esse tipo de capacitação é uma oportunidade que as associações indígenas têm de fortalecer a capacidade de administrar e planejar seus próprios projetos. "Vimos que os Povos Indígenas precisam da nossa essência originária, como a cultura, a coletividade, o território e a natureza. Mas, no mundo atual, a grande maioria dos povos indígenas brasileiros também tem a necessidade de geração de trabalho e renda, dentro do nosso próprio território. Porém a maioria do mundo externo ignora esta realidade".
"Então a nossa própria necessidade econômica é um fator primordial para que continuemos fortes com a nossa cultura e meio ambiente. E principalmente para possibilitar que os jovens e as futuras gerações continuem em nossas aldeias, com qualidade de vida que torna a nossa sociedade firme, forte e autônoma", afirma Genilson Kezomae.
O indígena e coordenador técnico local da Funai em Campo Novo do Parecis, Joelson Kinizokemaece, salienta que, por já possuir um razoável aporte financeiro em suas associações, cooperativas e aldeias, os Haliti Paresi têm procurado consolidar o progresso da coletividade como um todo. "Nossos povos têm um objetivo em comum de se desenvolver economicamente, pois defendem que, se houver uma economia forte, terão a autonomia plena que vai fortalecer outros determinantes como a cultura, o meio ambiente, o território, o protagonismo político, a saúde e a educação", explica o servidor da Funai.
Apoio institucional
Representantes da Coordenação Regional de Cuiabá e da Coordenação Técnica Local Campo Novo do Parecis (CTL/Funai) participaram das reuniões preparatórias para a implantação do projeto do curso de capacitação. Já na execução do projeto, a Funai contribuiu com apoio técnico de seus servidores na organização, planejamento e avaliação dos módulos. Houve também apoio da Funai para o transporte dos estudantes indígenas entre as aldeias e as unidades do IFMT onde foi realizado o curso.
"Este é o papel da Fundação Nacional do Índio: buscar conhecimento e melhoria para os povos indígenas. E isso só vem somar e trazer mais benefício para os projetos de sustentabilidade econômica e social junto às comunidades indígenas", conclui Joelson Kinizokemaece.
Assessoria de Comunicação Social – Funai
com informações da CTL Campo Novo do Parecis