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Em São Paulo, ação em aldeias promove debate e testagem rápida de HIV e Sífilis
Jovens Guarani de seis aldeias da Terra Indígena Jaraguá participaram de ação para prevenção de HIV e Sífilis. Além das rodas intituladas Conversaria sem Tabu, mais de 90 testes rápidos e abordagens em prevenção combinada para o HIV/Aids foram realizados.
A iniciativa, que ocorreu no último dia 27, é uma parceria do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids com a Coordenação Técnica Local (CTL) da Funai em São Paulo, Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo, Secretaria de Saúde Indígena e Unidade Básica de Saúde Indígena Kawarãy Djekupé.
A ação contou com a participação de jovens Guarani, agentes de saúde indígenas e educadores. Durante as rodas de conversa, as orientações relacionadas à prevenção combinada foram feitas em português e Guarani, simultaneamente.
O projeto foi aplicado pela primeira vez e a ideia é que outras ações de prevenção sejam estendidas às demais terras indígenas de São Paulo.
Analice de Oliveira, integrante da equipe técnica do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids, explica que a ideia parte do princípio do respeito ao conhecimento subjetivo da comunidade para realizar reflexões sobre a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, HIV e Aids. " Falar de prevenção a essas infecções é falar de sexualidade e isso, que é comum a todos os povos e todas as culturas, promove a autonomia dos corpos que passam a escolher melhores formas de prevenção para o seu cotidiano, por isso realizar essa ação com grupos de jovens indígenas é transformador", aponta a especialista.
Contexto
A Terra Indígena Jaraguá está localizada na região noroeste do município de São Paulo, bairro Vila Clarice. Atualmente são seis aldeias: Tekoa Ytu, Tekoa Pyau, Tekoa Itawera, Tekoa Itaendy, Tekoa Yvy Porã e Tekoa Itakupe.
Em 2017, uma parceria entre a Coordenação Estadual de IST/Aids de São Paulo e a Coordenação Técnica da Funai de São Paulo articulou a participação de 5 jovens lideranças Guarani na oficina nacional de prevenção combinada - região Sudeste , para pensar em estratégias de prevenção nas suas comunidades.
Desde então, ações específicas foram realizadas na Terra Indígena do Jaraguá como rodas de conversa com lideranças indígenas e profissionais de saúde da Unidade Básica de Saúde do território. Nesses encontros houve demandas específicas das juventudes para a realização de ação de testagem do HIV e Sífilis e Conversarias sem Tabu.
A população indígena é considerada como população prioritária para ações como essa, ou seja, faz parte das populações que apresentam vulnerabilidades aumentadas devido a situação de vida ou contextos históricos, sociais e estruturais que somados aos aspectos transversais podem se sobrepor e agravar fatores de risco e vulnerabilidade.
A Coordenação Estadual de IST/Aids em parceria com a Funai está se esforçando para intensificar ações de prevenção combinada adequadas à realidade indígena e ampliar os mecanismos de informação e de conhecimento sobre as diferentes intervenções da prevenção, através do alinhamento das abordagens de comunicação dos serviços indígenas de saúde locais e das instâncias municipais, regionais e nacionais.
"Ações como a realizada na TI Jaraguá fortalecem a articulação com instituições parceiras possibilitando o desenvolvimento de projetos com base nas experiências e necessidades das comunidades a partir de objetivos comuns", comenta Aline Batistella, indigenista especializada da CTL em São Paulo.
Assessoria de Comunicação/Funai
Com informações da CTL em São Paulo e da Coordenação Estadual de IST/Aids