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Produção agrícola e extrativista em Terras Indígenas projeta parcerias entre Funai e Governo de Rondônia
A classificação de dois produtores indígenas de café especial de Rondônia no "Prêmio Coffee of the Year 2018", levou o governador do estado, Daniel Pereira (PSB), a se reunir nesta quarta-feira (24) com o presidente substituto da Fundação Nacional do Índio e diretor de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável, Rodrigo Faleiro, para programar parcerias voltadas ao incentivo da autonomia econômica dos índios em território indígena.
Imagem da capa: o governador de Rondônia, Daniel Pereira [a esquerda] e o presidente substituto da Funai, Rodrigo Faleiro
Ao citar a participação dos índios Valdir Ferreira Aruá (da Aldeia São Luiz) e Vagner Kuwawi Tupari (da Aldeia Bananeira) na Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte-MG, o governador afirmou que, entre os 30 cafeicultores classificados para a premiação na categoria "café robusta" [
Coffea canephora
], sete são produtores rondonienses, dentre os quais classificaram-se os dois produtores indígenas do município de Alta Floresta do Oeste-RO. O evento acontece na capital mineira entre os dias 7 e 9 de novembro.
Na reunião, Pereira ressaltou o potencial econômico não só do cultivo de cafés de qualidade, mas também do extrativismo de borracha e castanha nas Terras Indígenas de Rondônia. O cultivo de cafés especiais pelos Povos Aruá, Suruí e Tupari tem sido destaque no cenário agrícola regional e chamado a atenção de órgãos como a Embrapa e a Emater. "Índio produzindo café, é só em Rondônia", descontraiu o governador. "Nosso estado tem todo um planejamento para certificar e qualificar esse café. E esses produtores indígenas estão inseridos em um sistema de produção igual ao dos outros produtores", salientou.
O presidente substituto congratulou o incentivo do governo rondoniense ao modelo de cafeicultura sustentável desenvolvido pelas etnias. "Fico feliz por um projeto tão bem sucedido. A iniciativa em Rondônia está mostrando que terras indígenas são produtivas, e não é porque a floresta está em pé que há prejuízo para a nação. Pelo contrário, repercute em muitos benefícios", disse Faleiro.
Pereira respondeu que o apoio à agricultura familiar e a produção por parte dos índios não é uma questão de tratá-los com "piedade". "Eles estão trabalhando como todos os outros produtores convencionais e estão produzindo com qualidade igual ou superior a todos", concluiu.
Já que projetos desse tipo envolvem também as cadeias produtivas das Unidades de Conservação, o coordenador-geral de Promoção ao Etnodesenvolvimento, Juan Scalia, sugeriu a participação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) na iniciativa.
Assessoria de Comunicação Social/Funai