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Mapulu Kamayurá, cacica e pajé do Alto Xingu, recebe Prêmio de Direitos Humanos 2018
Filha do pajé Tacumã Kamayurá, a cacica e também pajé Mapulu Kamayurá aprendera com o pai os conhecimentos ancestrais com que carrega a cultura de seu povo e ajuda todos na aldeia com a medicina tradicional. O Prêmio de Direitos Humanos de 2018, do Ministério dos Direitos Humanos (MDH), reconheceu a liderança dessa importante indígena em solenidade realizada hoje (21) em Brasília-DF.
Mapulu Kamayurá é uma das organizadoras da Festa do Yamaricumã: celebração feita por mulheres indígenas na qual elas se transformam em guerreiras. "A festa de mulher que a gente fez mês passado tem minha neta [sic]. Estou passando para ela o meu conhecimento, para ela coordenar a mulherada lá. Para ela ser líder e cuidar mais do povo", diz Mapulu sobre a neta de 13 anos que já se prepara para assumir a liderança Kamayurá.
Em reconhecimento pela liderança de Mapulu na articulação e empoderamento das mulheres indígenas do Alto Xingu, a indicação ao prêmio foi feita pela Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres, do Ministério dos Direitos Humanos, explica o técnico de enfermagem da Funai, Otávio Moura Carvalho, que havia trabalhado no Parque do Xingu e conhece bem a liderança da Sra. Mapulu naquelas comunidades.
O presidente da Funai, Wallace Bastos, felicitou a pajé pela premiação e o reconhecimento em relação às ações de afirmação da cultura e empoderamento das mulheres xinguanas promovidas por ela. "Mapulu Kamayurá representa a força da mulher indígena brasileira que, mesmo diante de todos os obstáculos, luta pela afirmação da mulher nas comunidades onde criam seus filhos e filhas e nas quais exercem o papel de forte vínculo comunitário, político e cultural", afirmou Bastos.
Conforme noticiou o Ministério dos Direitos Humanos (MDH), Mapulu integra a Associação Indígena Hiulaya e pretende realizar um Encontro entre agentes da saúde do Alto Xingu e pajés, rezadores, raizeiros e parteiras para debaterem "sobre as doenças que devem ser tratadas por médicos e enfermeiras e aquelas que devem ser tratadas por pajelança". Por exemplo, "quando um parto deve ser realizado pelas parteiras e quando é necessário um médico. Esse projeto, segundo a pajé Mapulu, é essencial para dar continuidade à saúde e ao equilíbrio das comunidades e dos povos do Xingu", informa notícia do MDH.
Assessoria de Comunicação Social / Funai
com informações do Ministério dos Direitos Humanos