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II Encontro na Região Norte da Amima - Mulheres Indígenas pelo bem viver
A Articulação das Mulheres Indígenas do Maranhão (Amima) realizou, entre os dias 23 e 26 de julho, na Aldeia Januária, do povo Guajajara (Bom Jardim-MA), o II Encontro na Região Norte da Amima . O evento, criado em parceria com a Funai, por meio da Coordenação Regional do Maranhão e da Coordenação Geral de Promoção à Cidadania, teve como tema "Mulheres Indígenas Pelo Bem Viver", objetivando, principalmente, o fortalecimento local das organizações das mulheres no estado.
Nesse importante momento de diálogo e troca de vivências, foram tratados assuntos pertinentes ao cotidiano das mulheres indígenas em suas comunidades, trazendo reflexões e debates com foco nos seguintes temas: enfrentamento da violência contra a mulher, saúde, segurança alimentar, educação, cultura, mulheres nos espaços de poder e decisão, gestão ambiental e territorial e geração de renda.
O encontro contou com a participação das lideranças do movimento de mulheres indígenas do Maranhão em seus diversos seguimentos, tendo a presença de aproximadamente 150 mulheres indígenas, representantes dos povos Awá-Guajá, Guajajara, Ka´apor, Gavião, Krikati, Krepym-Katejê e Krenyê, que se deslocaram de suas terras, nas regiões norte, sul e centro-oeste, para participar das discussões e multiplicá-las no retorno.
Estiveram presentes a Chefe da Coordenação Técnica Local (CTL) Awá-I, Maria Jesus Bezerra Santos, a Coordenadora Regional Substituta, Rute Pacheco, e o servidor da Coordenação da Frente de Proteção Etnoambiental Awá Guajá, Felipe Cavalcante. Contribuíram também com as rodas de conversas a representante do governo do estado, Marluce Pastor; do Instituto Equit, Graciela Rodriguez, e do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), Suely D. Cardoso.
Para Rute Pacheco, "encontros como esses fortalecem as iniciativas próprias das mulheres indígenas, tornando-as ainda mais preparadas para reivindicar seus direitos. Nós, enquanto servidores da Funai, sentimos grande satisfação em poder participar, apoiar e trocar conhecimentos. O que fica é o aprendizado mútuo, imprescindível à promoção da cidadania."
Além da Funai, o evento contou com o apoio de lideranças e caciques da Terra Indígena Rio Pindaré, das Associações Indígenas Maynumy e Wirazu, da Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (Coapima), do Instituto Makarapy, da Prefeitura de Bom Jardim/MA e da Companhia Energética do Maranhão (Cemar).
Para Graciela, "o feminismo deu contribuição para conceituar as diferenças físicas e desigualdades entre homens e mulheres. Nessa dimensão, o movimento indígena tem papel fundamental para se unir e enfrentar o problema."
Como resultados do encontro, pode-se destacar a participação efetiva das representantes de todas as regiões, as discussões e o debate com perspectiva de gênero e a definição de uma agenda de ações organizativas a serem realizadas pelas mulheres a partir de seus territórios, buscando o fortalecimento da Amima. Foram, também, definidas as propostas de implementação de políticas públicas que serão articuladas com o poder público, nas esferas local, estadual e federal, além de outros parceiros. Para tanto, a presença e o apoio da Funai, afinando o diálogo com as mulheres indígenas e com os demais parceiros do evento foi muito importante, sendo apontados como um dos pontos positivos do evento.
Rute Pacheco e Maria de Jesus Bezerra Santos
CR Maranhão e CTL Awá I