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Funai apoia evento acadêmico sobre línguas e culturas dos povos Macro-Jê
Representantes dos povos Macro-Jê reuniram-se a indigenistas, linguistas, antropólogos e educadores no IX Encontro Macro-Jê , realizado no Campus do Araguaia, da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) entre os dias 19 a 22.
O evento, que está na 9ª edição, teve como presidentes da comissão organizadora os professores doutores Águeda Borges e Maxwell Miranda e contou com apoio da Funai, via Coordenação Regional Xavante, do Centro de Formação de Professores de Barra do Garças (SEDUC/MT), do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem (IL/UFMT) e da Rede de Saberes Indígenas na Escola, da UFMT.
Participaram do encontro integrantes das comunidades Kĩsêdjê, Karajá, Mentuktire, Rikbáktsa, Tapayuna e Xavante, de Mato Grosso; Javaé, Krahô e Xerente, de Tocantins; Kaingáng, do Paraná, e Laklãnõ (Xokléng).
Oficinas, rodas de conversa e mesas-redondas promoveram o debate de temas sobre antropologia, linguística e direitos indígenas durante o Encontro Macro-Jê que busca, ao longo de cada edição, valorizar e fortalecer os povos indígenas e as pesquisas científicas que abordam temas relativos a sua cultura, língua, pensamento, modos de vida e saberes tradicionais.
Alguns servidores da Funai apresentaram trabalhos desenvolvidos no âmbito institucional e pesquisas relacionadas aos povos indígenas. Maíra Ribeiro, indigenista especializada, relatou aos participantes do encontro a experiência da CR Xavante com o lançamento de edital que selecionou 94 instituições interessadas em realizar atividades arte-educativas, com o objetivo de difundir a produção audiovisual indígena, para fornecer caixa de DVDs com 7 filmes indígenas produzidos no projeto Cinema nas Aldeias Xavante: ver, ouvir e debater, de 2017.
Ribeiro destacou a simplicidade e abrangência da ação e mencionou a importância de apresentar o trabalho para representantes do povo Xavante que, na ocasião, ficaram a par da divulgação externa dos produtos audiovisuais desenvolvidos pela comunidade: "Foi uma ação simples, que não contou com recursos financeiros diretos e passeou de forma capilarizada pelos mais diversos locais do Brasil. É perceptível a carência em material arte-educativo e didático sobre os povos indígenas, especialmente para escolas, que almejam cumprir a lei 11.645/2018".
Além de Ribeiro, Eduardo Monteiro, servidor da CR Xavante, apresentou reflexões sobre trabalho de campo etnográfico com os Krahô e Lílian Calçavara, indigenista da CR Araguaia Tocantins, discursou sobre os Xerente do Araguaia e a luta pelo "reconhecimento" étnico, pesquisa de campo desenvolvida sob solicitação da Funai, e o manejo do fogo na Ilha do Bananal, território Karajá.
Maria Helena Fialho, servidora aposentada da Funai que se dedicou por mais de 30 anos às questões indígenas, foi homenageada durante o evento ao lado de antropólogas, linguistas e outras mulheres que, a partir do seu trabalho pioneiro, contribuíram para o estudo das línguas e culturas indígenas.
Está previsto para 2020 o próximo Encontro Macro-Jê, que será realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Kézia Abiorana (Ascom/Funai) - Com informações e colaboração do Professor Maxwell Miranda (UFMT)