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Em parceria com a ONU, Secretaria de Educação do Mato Grosso estuda projeto de escola indígena sustentável
A construção de uma escola indígena modelo, com arquitetura sustentável e construída com mão de obra e matéria prima local, foi tema de reunião, em fevereiro, entre o governador do Mato Grosso, Pedro Taques; o secretário de Educação do Estado, Marco Marrafon; e especialistas do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (Unops).
Responsável pelo projeto em parceria com a Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer - Seduc, o Unops trabalha em aproximadamente 80 países e tem experiência em projetos de construção em áreas de difícil acesso. Em abril, os especialistas da ONU irão até o Xingu, na etnia Waurá, onde será construída a escola modelo para conhecer a realidade, princípios e valores do seu povo.
"É importante entender a infraestrutura sustentável, planejar, fazer um desenho adequado, construir, operar e manter. Temos vários exemplos no mundo inteiro de como podemos apoiar o governo no desenvolvimento da capacidade técnica, particularmente na fase de planejamento e de desenho dos projetos. Estamos muito felizes de estar aqui e ajudar em um projeto como esse", ressaltou o Diretor Global de Infraestrutura do Unops, Steven Crosskey.
Projeto Escola Sonhada
O Projeto 'Escola Sonhada', um desejo antigo dos indígenas, vem sendo planejado pela Seduc há alguns anos. Para que saia do papel, a secretaria buscou parcerias não remuneradas com diversos órgãos além do escritório da ONU, entre eles o Ministério Público Estadual, a Fundação Nacional do Índio, o Ministério da Educação e associações indígenas. O projeto, que será realizado no Xingu de forma inovadora e diferenciada, será modelo para outras escolas indígenas e comunidades quilombolas.
O secretario adjunto de Obras da Educação, Alan Porto, que está à frente do projeto, pontuou que há dificuldade em relação à construção sustentável e à logística, já que muitas das 70 escolas indígenas ficam fora da rota terrestre. "Hoje, achar uma empresa de estrutura convencional para executar esse serviço é complicado, esbarramos na questão de logística, já que o transporte de material para muitas aldeias é fluvial. Dessa forma, nosso pensamento para a construção verde, sustentável, é o mutirão, com mão de obra indígena remunerada. Uma construção convencional, de alvenaria, sai em torno de R$ 2 milhões. Mas esse projeto sustentável com mão de obra e matéria prima local terá um custo estimado de R$ 600 mil".
Alan explicou que o envolvimento indígena no projeto gera sensação de pertencimento, com uma arquitetura que remete às origens e ao cotidiano das etnias, já que o espaço, além de escola, será usado também como centro de convivência social. Em reunião com os indígenas foi decidido que a construção terá formato de cocar, com pinturas típicas na parede e objetos, como pias, em cerâmica. "As tecnologias que foram desenvolvidas por eles serão herdados na arquitetura da obra. Será um centro de convivência e o espaço poderá ser usado para fazer vários eventos da comunidade, apresentar o artesanato, uma forma de valorizar a cultura. Teremos alguns consultores que estarão ali capacitando esses índios, na realização dessa obra", afirmou.
Com informações da CenárioMT