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DSEI Xavante realiza encontro inédito com parteiras tradicionais
O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Xavante realizou, entre os dias 15 e 19, na aldeia São Pedro (Terra Indígena Parabubure), em Campinápolis (MT), a 1ª Oficina de Troca de Saberes com Parteiras Indígenas. Participaram da iniciativa inédita 57 mulheres indígenas que já realizam partos na comunidade.
O encontro teve como objetivo identificar a situação da assistência ao parto domiciliar realizado por parteiras indígenas, da etnia xavante. A Oficina também teve como intuito a valorização e o resgate das práticas tradicionais do manejo ao parto normal, como uma forma de assegurar melhoria na assistência à saúde da mulher e da criança, contribuindo, assim, para a redução da mortalidade materna e infantil.
Segundo uma das coordenadoras do encontro, a enfermeira responsável técnica pelo programa da Saúde da Mulher, Arielle Costa, a iniciativa foi uma demanda das próprias mulheres das comunidades indígenas. "O treinamento das parteiras é uma atividade que visa reduzir a mortalidade materna, fetal e infantil, a atenção ao parto, nascimento, crescimento e desenvolvimento da criança de 0 a 2 anos. E claro, dessa forma, ampliar a rede de atendimento de saúde da mulher, com a participação efetiva da comunidade, e valorizar seus costumes", destacou.
O Ministério da Saúde (MS), desde o ano 2000, adota várias iniciativas para melhorar a atenção à gestação, ao parto, ao nascimento e ao puerpério. Entre elas, encontra-se o Programa Trabalhando com Parteiras Tradicionais, que proporcionou a melhoria do parto e nascimento domiciliares assistidos por parteiras tradicionais.
Parteiras tradicionais - O MS define como parteira tradicional aquela que presta assistência ao parto domiciliar, tendo como base saberes e práticas tradicionais, sendo reconhecida pela comunidade como tal. A denominação é usada por considerar que esse termo valoriza os saberes e práticas tradicionais e caracteriza a formação e o conhecimento que essas mulheres detém. As parteiras indígenas estão incluídas entre elas, respeitando as suas especificidades étnicas e culturais para o auxílio na atenção e cuidado às demais mulheres de suas comunidades.
Demais atividades - Durante a oficina, também foram realizadas outras atividades como dinâmicas e palestras para interação das equipes e parteiras. Demais profissionais da Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena (EMSI) ministraram aulas educativas e teóricas, e de fácil entendimento, envolvendo temas como: "o saber do nascer" e o "nascer saudável", com atividades práticas e lúdicas sobre o assunto. Também houve o espaço – "cinema na oca", para que os participantes assistissem a filmes diversos.
A 2ª Oficina de Troca de Saberes entre parteiras Indígenas está prevista para o mês de março/2017, contemplando as mulheres da Terra Indígena São Marcos.
FONTE: Portal Ministério da Saúde