Notícias
Vacinação chega a áreas indígenas de difícil acesso da região amazônica com apoio da FAB
Até amanhã (25), aldeias indígenas do Vale do Javari, área de difícil acesso no estado do Amazonas, recebem a visita de equipes de saúde para a multivacinação. Quatro etnias do estado estão sendo atendidas: Marubo, Mayuruna, Kanamari e Matis. A chegada do serviço nesses locais, em plena época de seca dos rios, só foi possível graças ao apoio da Força Aérea Brasileira (FAB), num trabalho coordenado pelos ministérios da Defesa e da Saúde, no âmbito da Operação Gota.
Para cumprir a missão de transportar as equipes e todo material necessário, foi utilizado um helicóptero H-60L Black Hawk, que levou a tripulação do 7º Esquadrão do 8º Grupo de Aviação (GAv) da FAB, de Manaus para Tabatinga/AM, fronteira com Peru e Colômbia. Foram quase seis horas de deslocamento, necessárias para cumprir o cronograma da missão, que engloba as regiões de: Alto Ituí, Alto Curuçá, Médio Ituí, Rio Branco, Itacoai, Jaquirãna e Médio Curuçá.
Dezoito profissionais de saúde, entre técnicos e enfermeiros do setor de imunização do Distrito de Saúde Indígena do Vale do Javari, foram capacitados para atingir a meta de levar 1.890 doses das vacinas do calendário anual de Saúde para adultos e crianças das áreas indígenas.
A coordenadora do grupo, Luziane Lopez, explicou que, na época da seca, com a baixa do nível dos rios, há dificuldade em fechar o esquema vacinal dessas comunidades para doenças imunopreveníveis, como meningite e pneumonia, principalmente, das crianças. Para ela, o apoio da Força Aérea traz muitas vantagens. "O índio aldeado não precisa sair do seu local para fazer a prevenção de uma doença, os pais ou responsáveis pelas crianças não têm o ambiente estressor da cidade. Às vezes, a gente tem muita recusa de indígenas que não querem vir para cidade, devido à dificuldade de adaptação", disse a coordenadora.
Aldeia Boa Vista
No sábado (19), a equipe de Saúde, militares da FAB e representantes do Ministério da Defesa chegaram à aldeia Boa Vista, da etnia Marubo, no Médio Ituí, e estiveram reunidos com o Cacique Pedro (nome adotado na língua portuguesa), a fim de obter autorização para iniciar o trabalho.
Miguel (primeira foto), de 14 anos, foi o primeiro a ser atendido, vacinado contra o HPV. Os idosos da aldeia também tiveram sua vez, como Joana, de 68 anos, que recebeu o reforço de Difteria e Tétano. Das 129 pessoas da aldeia, segundo o censo vacinal, 22 crianças menores de cinco anos foram vacinadas.
O médico da FAB tenente Felipe Marques, também integrante da tripulação, examinou alguns aldeados, como Francisco, que se queixava do ouvido. O militar, do quadro temporário da Força, foi um reforço ao trabalho da equipe de saúde no local.
Operação Gota
A Operação Gota teve início em 1993, como iniciativa isolada no Amazonas, após a notificação de surtos de sarampo em comunidades indígenas da região do Vale do Juruá. Daquele ano para 2017, as ações de multivacinação de populações em áreas de difícil acesso foram ampliadas.
Neste ano, o Ministério da Saúde repassou recursos ao Ministério da Defesa, com objetivo de conseguir apoio logístico para os estados do Amazonas, Pará, Amapá e Acre. Serão, ao todo, 16 missões, distribuídas em 157 dias e 488 horas de voo.
A missão constitucional das Forças Armadas, além da defesa do País, inclui a execução de atividades subsidiárias que dão suporte a outros órgãos federais, na realização de ações que visam o bem-estar da população brasileira.
Informações: Ministério de Defesa