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Funai lança 1ª Mostra Cultural dos Povos Indígenas e relembra mortes do índio Galdino e de Darcy Ribeiro
A Funai lançou nesta segunda-feira (17), em Brasília, a 1ª Mostra Cultural dos Povos Indígenas. O evento vai até o dia 23 de abril, no Memorial dos Povos Indígenas, e tem por objetivo divulgar a cultura dos índios brasileiros por meio de apresentações de dança, cinema, artesanato e contação de histórias.
No lançamento da mostra estiveram presentes, além do presidente da Fundação, Antônio Costa; alunos de escolas do Distrito Federal; o diretor de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai, Franklinberg Ribeiro de Freitas; o vice-presidente da Escola da AGU, Paulo Fernandes; o secretário especial da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Juvenal Araújo; o subsecretário de cultura do DF, Gustavo Pacheco; a índia Maial Kayapó ; e o coordenador do memorial, Álvaro Tucano.
Para o presidente da Funai, Antônio Costa, a mostra ressalta a importância de lutar pelos povos indígenas todos os dias do ano. "Para nós que representamos a Funai, todo dia é dia do índio. Apesar das dificuldades que estamos passando, jamais poderíamos deixar de nos fazer presente em comemoração a essa data tão importante, ainda mais neste ano, em que a fundação comemora 50 anos de luta em favor dos povos indígenas".
Se voltando para os estudantes que visitavam a mostra, Costa afirmou que é preciso acabar com o preconceito contra as populações indígenas e valorizá-las como descobridoras do Brasil. "Que vocês possam levar de volta para as escolas que estamos comemorando aqui os verdadeiros donos desse país, que são as populações indígenas. Porque não foi Cabral que descobriu o Brasil, os nossos índios já estavam aqui e são os verdadeiros descobridores dessa terra", destacou.
Ainda sobre o preconceito enfrentado pelos índios no Brasil, o coordenador do memorial, Álvaro Tucano, ressaltou que o assunto precisa ser debatido com mais informação nas escolas.
"Eu fico realmente envergonhado quando vejo uma criança chorando com medo de índio. Eu não sou bicho, nem perigoso. Mas, infelizmente, isso ainda acontece porque não tivemos uma boa formação para tratar da questão indígena nas escolas. Outros acham o índio "bonitinho" para ser fotografado. Mas não deveria ser assim. O índio hoje continua enfrentando preconceito e dificuldades para ter sua terra demarcada", disse.
20 anos da morte de Galdino e 30 anos sem Darcy Ribeiro
No evento, foram lembradas as mortes do índio Pataxó Galdino Jesus dos Santos, queimado vivo, em 1997, enquanto dormia em um abrigo de um ponto de ônibus em Brasília, e do casal Darcy e Berta Ribeiro, idealizadores do Memorial dos Povos Indígenas.
"Esse ano é muito especial para nós porque completamos 30 anos da construção do prédio do Memorial dos Povos Indígenas e a morte de dois brasileiros muito especiais: Darcy e Berta Ribeiro, que foram os idealizadores deste memorial". Gustavo Pacheco, subsecretário de cultura do DF.
"Há 20 anos perdemos o nosso querido guerreiro Galdino Pataxó, que aqui nessa capital federal foi assassinado, representando a luta de todos nós indigenistas em combater o preconceito, fazer valer a legislação brasileira e que Estado brasileiro e todos os países possam reconhecer que o Brasil temos mais de 1 milhão de povos que merecem ser respeitados". Antônio Costa, presidente da Funai.
Priscilla Torres
ASCOM Funai