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Alunos do Colégio Militar de Brasília aprendem sobre política indigenista
Cerca de 50 alunos do Colégio Militar de Brasília estiveram nessa quarta-feira, 18, no Centro de Formação em Política Indigenista da Funai, em Sobradinho-DF, para aprenderem um pouco mais sobre a questão indígena no Brasil. O presidente da Funai, Franklimberg de Freitas, abriu a série de palestras falando sobre a história de criação da Fundação e a evolução da política indigenista do país.
A visita ocorreu a partir do interesse do Colégio Militar e servirá de experiência piloto para a reativação do Projeto Maloquinha, mantido pela Funai na antiga Sede em Brasília e interrompido por questões administrativas. O objetivo desta nova fase é levar escolas do Distrito Federal e entorno para conhecer um pouco mais sobre a cultura indígena, sobre o trabalho da Funai e fazer com que essas informações cheguem de forma correta até os estudantes. O projeto será realizado em parceria com as instituições de ensino e inclui palestras sobre a política indigenista, conversa com indígenas e mostra de artesanato.
Durante a abertura, o presidente da Funai falou sobre a evolução da legislação brasileira, que modificou o perfil da política indigenista ao longo do tempo. "A Constituição Federal de 88 veio reconhecer a organização social, costumes tradições, línguas e crenças dos indígenas no país, além do direito às terras originárias. Além disso, aquele perfil que, não só o Estatuto do Índio, como a própria lei de criação da Funai em 67 e o SPI (Serviço de Proteção ao Índio, órgão que antecedeu a Funai) concebiam, da tutela, do paternalismo - vamos chamar assim - do indígena pelo Estado brasileiro, acabou. O índio agora é um cidadão normal, mas ele também é um índio que possui seus direitos", ressaltou Freitas.
O presidente explicou a necessidade de atuação da Funai na defesa e proteção dos povos indígenas e as diferenças dessa atuação. "De um milhão de indígenas (existentes hoje no Brasil), nós temos de 300 a 400 mil que moram nas cidades e temos em torno de 600 mil indígenas que moram nas aldeias. O indígena que está na cidade tem mais acesso a esses direitos do que o indígena que está na aldeia. É diferente. Então o Estado tem de dar uma ajuda para esses indígenas".
Franklimberg lembrou as missões da Funai, entre elas a de promover políticas voltadas para a proteção dos índios isolados. Falou ainda sobre as articulações da com os ministérios da Saúde e da Educação para o atendimento da população indígena, além de mencionar a importância do apoio do Exército brasileiro para a construção de escolas e postos de saúde em áreas de difícil acesso.
Ana Heloisa d'Arcanchy – Ascom/Funai