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Programas de moradia beneficiam índios Tembé
Índios da etnia Tembé que habitam a Reserva Indígena Alto Rio Guamá - localizada em parte dos municípios de Santa Luzia do Pará, Nova Esperança do Piriá e Paragominas – estão sendo beneficiados por dois programas governamentais de moradia, o Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, e o Cheque Moradia, do governo do Pará.
Inicialmente, 100 famílias serão contempladas com 50 construções de cada programa na parte da reserva conhecida como Guamá, em Santa Luzia do Pará, às margens do Rio Guamá. Nas aldeias Sede, Pinawá, Ituaço e Ipijhon, os imóveis já estão sendo erguidos com recursos do Cheque Moradia, num total de R$ 14 mil para construção com dois quartos, sala, cozinha e banheiro, em aproximadamente 50 metros quadrados. Os índios ficam responsáveis apenas pelo pagamento da mão de obra.
Para a construção de 50 casas nas aldeias Frasqueira, Itaputyr, São Pedro, Tauary e São Pedro, índios e Caixa Econômica Federal assinaram convênio que prevê a construção de mais de 50 casas na segunda parte do programa Minha Casa, Minha Vida, nas aldeias Pirá, Jacaré, Sede e Ipijhon.
Cada imóvel custará R$ 1.250,00, que serão pagos em quatro anos com prestação de R$ 25,00 por mês. A casa mede 50 metros quadrados, forrada e com caixa d'água interna, com sala, dois quartos, cozinha e banheiro.
"Todo cidadão brasileiro tem direito à moradia digna. Com os índios não poderia ser diferente. Esse tipo de iniciativa é muito importante para nós, indígenas, pois participamos da elaboração do projeto, fazendo levantamento com todas as famílias das aldeias do Guamá", diz Nilson Tembé, que preside a Associação Tembé das Aldeias Frasqueira e Itaputyr.
O programa Cheque Moradia deverá ser estendido a outras aldeias habitadas por índios Tembé para beneficiar mais 100 famílias na parte da Reserva Indígena Alto Rio Gramá próxima do rio Gurupi, em Paragominas, na divisa com o Maranhão.
"Temos acompanhado as ações do (programa) Cheque Moradia no Guamá. As casas estão sendo construídas conforme o previsto, sem problemas. Isso nos faz acreditar que o programa poderá ser estendido para outras áreas, respeitando os padrões culturais das outras etnias", diz Juscelino Bessa, indigenista que chefia a Coordenação Técnica Local da Funai em Belém.
"Esse tipo de parceria com o poder público é muito importante para os índios, que não podem depender exclusivamente da Funai", diz Edinaldo Tembé, cacique da Aldeia Sede. Ele acrescenta que, com o êxito dos programas de habitação nas aldeias do Alto Rio Guamá, os índios precisam lutar para que esses programas sejam estendidos a outras aldeias do Estado, de acordo com a realidade de cada comunidade indígena.
O cacique afirma que os índios tomarão a iniciativa de procurar o poder público em diferentes esferas para propor parceria em atividades que gerem renda. "Esse é o caminho. Precisamos nos mexer para garantir vida de qualidade para nossos descendentes", conclui Edinaldo Tembé.
Colaboração: João Elysio/ Funai CTL Belém