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Presidente da Funai assina relatório de identificação da Terra Indígena Dourados Amambaipeguá I (MS)
A aprovação do Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação da Terra Indígena Dourados Amambaipeguá I pelo presidente João Pedro aconteceu na manhã de hoje (12), na sede da Funai, em Brasília-DF. A assinatura contou com a participação de um grupo de lideranças Guarani Kaiowá, que se deslocou até Brasília para solicitar a aprovação dos estudos.
"Esse ato representa o compromisso da Funai e uma resposta à pressão antiindígena daqueles que são contra o reconhecimento da tradicionalidade das terras do povo Guarani Kaiowá", disse o presidente.
A TI Dourados Amambaipeguá I está localizada nos municípios de Caarapó, Laguna Carapã e Amambai, estado do Mato Grosso do Sul. Possui 55.590 hectares e é tradicionalmente ocupada pelo povo Guarani Kaiowá. O procedimento de identificação e delimitação da terra foi realizado no âmbito do Compromisso de Ajustamento de Conduta (CAC), firmado em 12 de novembro de 2007, entre a Funai e o Ministério Público Federal.
A terra abriga quatro comunidades (tekoha) denominadas Javorai Kue, Pindo Roky, Km 20/ Urukuty e Laguna Joha, com população aproximada de 5.800 pessoas. Devido ao processo de expropriação dos territórios indígenas, que ali teve início em 1882 com o início da atividade de produção de erva mate e a chegada de colonos gaúchos após a Guerra do Paraguai (1864 a 1870), os Guarani Kaiowá passaram a viver dispersos pela região.
No entanto, eles nunca abandonaram seus vínculos históricos e sempre mantiveram forte relação com sua terra tradicional, que, como identificou o estudo, "foi de fundamental importância para a sobrevivência dessa população".
"Viemos aqui em busca de nosso direito constitucionalmente garantido, para lutar por nossos territórios tradicionais. Saudamos aqui a coragem do presidente da Funai que teve coração, sentimento e alma pelos Guarani Kaiowá. Em nome dos Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul, digo que a gente enquanto povo e enquanto viver, vamos lutar. Nossa luta não para por aqui", declarou Elson Kaiowá .
Texto: Clarissa Tavares/ Ascom.