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Indígenas Kiriri participam de oficina de corte e costura
Um grupo formado por um homem e 22 mulheres da Terra Indígena Kiriri, na Bahia, participou de uma oficina de capacitação em corte e costura entre os dias 24 de agosto a 2 de setembro, na aldeia Mirandela. A fim de apoiar o projeto da comunidade, a Coordenação-Geral de Promoção ao Etnodesenvolvimento (CGETNO) da Funai, por meio da Coordenação Regional do Baixo São Francisco, adquiriu quatro máquinas de costura e promoveu o curso.
As mulheres de Mirandela costuravam suas roupas a mão, mas tinham muita vontade de confeccionar as peças à máquina, com maior qualidade e rapidez, na expectativa de comercialização e geração de renda no futuro. Para quebrar o tabu, Jailton Kiriri também se matriculou e fez roupas para a mulher e para a filha.
Os alunos aprenderam a manusear as máquinas e equipamentos, fazer moldes no papel, cortar os tecidos e costurar peças variadas. Como eram poucas máquinas, os mais de 20 participantes formaram equipes, revezando-se entre essa outras práticas. Cada um confeccionou quatro peças do vestuário feminino, apresentadas em desfile em que as participantes vestiram suas próprias produções. As peças do Jailton foram apresentadas pela mulher e pela filha.
Para a técnica da CGETNO Maria Nizeth Corrêa de Assis, que acompanhou a oficina, "todos os participantes estão aptos a confeccionar suas próprias roupas ou realizar reformas em vestimentas de uso diário". Maria do Rosário Cruz de Araújo e Pedro Tuxá, da Coordenação Regional do Baixo São Francisco também estavam presentes. Ao final foi realizada ainda a dança tradicional Kiriri (Toré).
Os Kiriri
O nome Kiriri vem do tupi e significa "povo calado". De maneira geral, eles praticam agricultura de subsistência. Plantam mandioca, feijão, milho, melancia, macaxeira e algumas verduras, no formato de horta familiar, e coletam frutos como caju, umbu e pinha. Também criam pequenos animais. As mulheres, além dos trabalhos na agricultura, produzem artesanato de cerâmica e colares de sementes da região.
Os Kiriri foram um dos primeiros a obter a permissão de uso do Selo Indígenas do Brasil , ligado à agricultura familiar, por meio da Associação Comunitária Kiriri Santo André da Marcação, em dezembro de 2015.
Texto: Ana Heloisa d'Arcanchy Bandeira de Mello/Ascom