Notícias
Povos de Pernambuco dão destaque à questão ambiental nas discussões da Etapa Regional
Um dos principais desafios apontados pelos povos indígenas de Pernambuco é a recuperação de áreas degradadas nas terras indígenas, tendo em vista que a maior parte das demarcações no Nordeste foi realizada após ocupação por produtores não indígenas, com grande desflorestamento.
Durante a Etapa Regional da 1ª Conferência Nacional de Política Indigenista, ocorrida em Recife, diversas propostas foram apresentadas nesse sentido, prevendo o reflorestamento de plantas nativas, medicinais e de uso artesanal. Uma proposta que chama a atenção é a que aponta a necessidade para o incentivo à criação de abelhas nativas, responsáveis pela polinização.
A realização de práticas agrícolas sustentáveis, sem uso de agrotóxicos, em respeito à natureza também foi bastante discutida durante a roda de conversa sobre Desenvolvimento Sustentável de Terras e Povos Indígenas. As propostas que seguirão para a Etapa Nacional da Conferência incluem assistência técnica específica para povos indígenas, de acordo com as características e cultura de cada um.
O encontro, que começou no dia 27 e termina nesta quinta-feira, 29, reuniu os povos indígenas do estado de Pernambuco: Atikum, Pankararu, Pipipã, Tuxá, Kambiwá, Pankará da Serra e de Itacuruba, Xucuru e Xucuru de Cimbres, Tuxá, Kapinawá, Pankaiwká e Truká.
A cacique Dorinha Pankará considerou que a oportunidade de discutir e construir uma política nacional para os povos indígenas e pautar diretrizes para a saúde, ordenamento territorial e educação é muito boa, e que "tudo é um direito, mas tem de ser do nosso jeito", acrescentou, dando o tom da etapa de Pernambuco, com os indígenas na condução de todas as discussões.
Outra preocupação bastante presente durante o evento foi com relação à regularização das terras indígenas ainda não demarcadas ou homologadas, tendo em vista a ameaça da PEC 215, que tramita do Congresso Nacional.
Colaboração: Heloisa d'Arcanchy/CGETNO