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Povo Apinayé (TO) investe no coco babaçu para fomentar o etnodesenvolvimento
O beneficiamento do coco babaçu tem se revelado uma importante alternativa de fomento ao etnodesenvolvimento para o povo Apinayé, no estado do Tocantins. Nesse sentido, a Funai, através da Coordenação Técnica Local de Tocantinópolis vinculada à Coordenação Regional Araguaia-Tocantins, tem realizado oficinas de intercâmbio e fortalecimento de experiências de beneficiamento do babaçu.
Uma delas foi realizada entre os dias 29 de setembro e 02 de outubro, na aldeia Cocal Grande – Terra Indígena (TI) Apinayé. Essa foi a 4ª Oficina de Intercâmbio e Fortalecimento de Experiências de Beneficiamento do Babaçu e reuniu cerca de 30 mulheres de 13 aldeias Apinayé. O evento também contou com a participação de integrantes do Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), com a parceria da Associação União das Aldeias Apinayé-Pempxà e da Prefeitura Municipal de Tocantinópolis. Além de rodas de conversa e de atividades relacionadas ao beneficiamento do coco babaçu, foram realizadas atividades tradicionais do povo Apinayé, como as corridas de tora e as cantorias.
O babaçu é uma espécie da biodiversidade que tem importância fundamental na manutenção do modo de vida e da cultura Apinayé. Além de promover a geração de renda e a ampliação das fontes de alimentação, esse projeto tem como objetivos principais promover o resgate de conhecimentos tradicionais sobre os usos e costumes associados ao babaçu, o fortalecimento cultural, a discussão sobre o manejo sustentável dessa espécie e a gestão ambiental na TI Apinayé, bem como a troca de saberes entre gerações, o intercâmbio de experiências com outras iniciativas e organizações comunitárias que trabalham com o beneficiamento do babaçu e a autonomia indígena, fortalecendo, principalmente, a organização das mulheres Apinayé.
Esse projeto tem sido desenvolvido desde 2013. Através dele já foram realizadas quatro oficinas, nas aldeias Mariazinha, Areia Branca, Girassol e Cocal Grande e um intercâmbio, em parceria com o MIQCB, com comunidades que desenvolvem atividades relacionadas ao beneficiamento do coco babaçu na região do Bico do Papagaio, no Tocantins.
A 4ª Oficina de Intercâmbio e Fortalecimento de Experiências de Beneficiamento do Babaçu foi finalizada com uma roda de conversa envolvendo as participantes, que demandaram a continuidade e fortalecimento das ações realizadas. Nesse sentido, foram elaborados documentos dirigidos à Funai e às prefeituras cujos municípios incidem sobre a TI Apinayé e que, portanto, recebem recursos do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) Ecológico, destinados aos municípios que ajudam a preservar o meio-ambiente.
Além da realização das oficinas e dos intercâmbios de experiências, as mulheres reafirmaram o interesse em construir duas casas equipadas para beneficiamento do coco babaçu e manifestaram a necessidade em avançar nas estratégias de geração de renda. A próxima atividade do projeto deverá ocorrer em novembro deste ano, na aldeia Macaúba.
Colaboração: Patrícia Moojen Lemos