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Índios Tembé mostram força em conferência local
Mais de 300 índios da etnia Tembé participaram da etapa local da Conferência Nacional dos Povos Indígenas, na Aldeia Sede, que integra a Terra Indígena Alto Rio Guamá, localizada no nordeste paraense, em parte dos municípios de Santa Luzia do Pará, Nova Esperança do Piriá e Paragominas. As outras áreas representadas foram Tembé do Acará-Miri, Turé-Mariquita, Maracaxi e Urumatewa (município de Tomé-Açu), além de Jeju e Areal (Santa Maria do Pará).
Durante três dias, no final de julho, e contanto com apoio de técnicos da Funai, da Secretaria de Educação do Pará e do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), os índios discutiram de forma intensa diversos temas, com destaque para saúde, educação e direito à terra. As propostas serão apresentadas e novamente discutidas durante a Conferência Regional, nos dias 23 a 26 deste mês, em Belém. A proposta final será sevada à Conferência Nacional, de 17 a 20 de novembro, em Brasília.
"O importante é nossa união. Nossa luta estava enfraquecida, mas agora vamos avançar e conseguir nossos objetivos", ressaltou o cacique Sério Mutti, que habita a aldeia Tekohaw, na região do Gurupi, na divisa com o Maranhão. Dois desses objetivos são a completa retirada dos invasores da reserva Alto Rio Guamá - ocupam 150 mil dos 279 mil que totalizam a reserva, demarcada e homologada pela Presidência da República – e demarcação da reserva Maracaxi.
A participação dos índios (Tembé) está sendo e será decisiva para que os problemas relacionados à questão fundiária sejam resolvidos de uma vez por todas, apesar de eles terem o direito à terra assegurado pela Constituição Federal", destaca o indigenista Juscelino Bessa, que comanda a Coordenação Técnica Local (CTL) da Funai em Belém. "As conferências são boas oportunidades para que eles (índios) apresentem propostas concretas para a resolução de seus problemas", completa o técnico da Funai.