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Funai e Unesco realizam projetos voltados à valorização das culturas indígenas
A diretora geral da Unesco, Irina Bokova, esteve, nesta segunda-feira (21), no Museu do Índio (RJ), para entregar novos produtos do Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas (ProgDoc) a representantes de cinco etnias brasileiras. A cerimônia contou com a presença do presidente da Funai, João Pedro, e do Ministro da Cultura, Juca Ferreira, entre outras autoridades.
O ProgDoc é uma iniciativa da Funai, por meio do Museu do Índio, que a partir de 2008 conta com o apoio da UNESCO para coordenar o registro do modo de vida dos povos indígenas, seus conhecimentos e suas culturas. A formação de pesquisadores indígenas e a criação de arquivos digitais, em centros de documentação nas aldeias e no Museu do Índio, estão entre os objetivos da iniciativa que tem a participação de instituições de pesquisa do Brasil e do exterior.
Entre os produtos dos Projetos de Documentação de Línguas (Prodoclin) constam publicações e material audiovisual produzidos em campo e que serão distribuídos entre as aldeias e escolas indígenas, a fim de servir de instrumento de pesquisa e ensino-aprendizagem por parte das comunidades.
No evento, o presidente da Funai, João Pedro, comemorou os resultados alcançados no Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas, ressaltou o trabalho do Museu do Índio na preservação da história dos povos indígenas brasileiros e a importância da construção urgente de políticas públicas, pois "muito ainda precisa ser feito pela juventude, pelas crianças, pela sociedade plural de nosso País".
Para o Ministro da Cultura, Juca Ferreira, "não haverá democracia no Brasil se nós não definirmos um papel importante para os povos indígenas dentro da nossa sociedade garantindo seus territórios". Ele também falou da importância de garantir a possiblidade de preservação das tradições e de aparelhar os povos indígenas para que eles possam alcançar oportunidades iguais em relação à sociedade não indígena.
A diretora geral da Unesco, Irina Bokova, mencionou a preocupação da instituição com a salvaguarda das línguas indígenas e lembrou que "cada língua que desaparece é toda uma memória, toda uma cultura que desaparece". Apontou que é dever de todos preservar esse patrimônio extraordinário para a humanidade.
O ProgDoc beneficia 35 etnias de norte a sul do Brasil e abrange quatro projetos - Prodoclin (de línguas indígenas), Prodocult (de culturas), Prodocerv (de preservação de acervos) e Prodocson (de documentação sonora). Até o momento, já foram realizadas 331 oficinas de vídeo, de texto e de qualificação de acervo.
Documentar as línguas e as culturas indígenas tornou-se uma tarefa urgente. Trata-se de um patrimônio que se encontra sob a ameaça de desaparecer, em grande parte, no decorrer deste século. A Funai, por meio do Museu do Índio, e a Unesco incentivam esses projetos com o objetivo de fortalecer os conhecimentos e as práticas culturais compartilhadas por diferentes etnias. João Pedro ressaltou a expectativa de que Funai e Unesco possam dar prosseguimento a essa parceria, com a continuidade destes projetos e a criação de novos programas.
Fonte: Museu do Índio