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Começa o 4º Módulo do Curso PNGATI para o Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo, no território Tupinambá de Olivença (BA)
Colaboração: Andreza Andrade/Funai
Com o tema "Instrumentos de Gestão Territorial e Ambiental" iniciou na segunda-feira, dia 23 de fevereiro, na aldeia Acuípe de Baixo, em Olivença (BA), território Tupinambá, o 4º módulo do Curso Básico de Formação em PNGATI, turma Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo.
O curso que vai até o dia 27/02 está debatendo os instrumentos de gestão contemplados na PNGATI (Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental) e seus mecanismos de implementação, tais como os diagnósticos, planejamento, execução, monitoramento e avaliação. Serão abordados Planos de Gestão Ambiental e Territorial (PGTAs) em curso ou já implementados na região Nordeste; a questão dos mosaicos de áreas protegidas; formas de elaboração de projetos; controle social; inclusão digital e comunicação para a gestão ambiental; etnomapeamentos e iniciativas indígena comunitária. Colaboradores indígenas e não indígenas com experiência nessas temáticas participarão dos debates ao longo da semana.
O curso é uma realização da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Projeto GATI - Gestão Ambiental e Territorial Indígena, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF), com apoio da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme).
Na abertura do módulo, falas sobre questões ambientais e demarcação de terras
Na abertura do módulo (23/02), diversas lideranças do povo Tupinambá estiveram presentes e enfatizaram nas suas falas a importância de se pensar a gestão ambiental dos territórios indígenas da região aliada à luta pela demarcação. "O nosso território tradicional foi ocupado por muito tempo por fazendas, que destruíram o meio ambiente, hoje, com parte dessas terras retomadas por meio da nossa luta, a floresta e os animais estão voltando, os rios mais limpos e com peixe", contou o cacique Eliezer Tupinambá.
A Funai sede esteve representada pela coordenadora de Políticas Ambientais da Coordenação Geral de Gestão Ambiental (COPAM/CGGAM), Graziela Almeida, que enfatizou o apoio integral do Projeto GATI na realização do módulo e ainda a importância do comprometimento dos cursistas indígenas e gestores públicos para com o curso. "Vamos continuar batalhando para a realização dos cursos por que entendemos a importância de formar os indígenas e gestores públicos para estarem articulando e cobrando do Estado a implementação da PNGATI, que é uma política que visa o fortalecimento da gestão
territorial e ambiental indígena", disse a coordenadora.
Presentes também estiverem os representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Ilhéus (BA), da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), da Polícia Militar e do Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodioversidade (ICMBio).
Entendendo os instrumentos de gestão
Na parte da tarde do primeiro dia, os cursistas refletiram sobre os instrumentos de gestão da PNGATI (Art. 2º), por meio de uma dinâmica conduzida pelo coordenador pedagógico do curso Henyo Barreto. Na atividade, três cursistas construíram uma prateleira de madeira, utilizando algumas ferramentas. Ao final da dinâmica, os cursistas debateram o uso das ferramentas que foram comparadas aos diversos tipos instrumentos necessários para construir e implementar a PNGATI. Foi observada também a importância da força do trabalho em equipe, as técnicas de conhecimento para construir algo em coletividade, a necessidade da adaptabilidade e proatividade em situações de dificuldades e o espírito de liderança de quem conduz um processo.