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Projeto GATI realiza capacitação em Agroflorestas
O Projeto de Gestão Ambiental e Territorial Indígena (GATI), realizou entre os dias 11 a 13 de junho no Distrito Federal, a capacitação em Agroflorestas para técnicos da Funai, Ministério do Meio Ambiente, gestores indígenas e outros atores envolvidos no Projeto. O curso foi coordenado pela consultora em agroflorestas para o Núcleo Pantanal/Cerrado do Projeto GATI, Jéssica Lívio, e pelo coordenador técnico do Projeto GATI, Robert Miller. Estavam presentes indígenas das etnias Guarani Kaiowá, Terena, Pataxó e Tupinambá de Olivença, junto com servidores das Coordenações Regionais da Funai de Dourados e Sul da Bahia, bem como servidores das coordenações Geral de Gestão Ambiental-CGGAM e de Promoção dos Direitos Sociais-CGPDS.
O objetivo principal da capacitação foi expor aos representantes de comunidades indígenas e gestores, um panorama de práticas sobre esta temática, por meio de visitas a experiências existentes em pequenas propriedades e sítios, nos arredores de Brasília. Os facilitadores da formação foram os anfitriões desses locais visitados.
No total, foram visitadas cinco experiências em diferentes estágios de implementação em Sistemas Agroflorestais. Os participantes puderam ver os cultivos e ouvir dos agricultores histórias de como começaram com a prática, e avaliação de diferentes possibilidades de formas de plantios, entendidos sob o conceito de Agrofloresta ou Sistema Agroflorestal (Ver “Saiba mais”).
Ao final do evento foi realizada uma avaliação com os participantes, como forma de incorporar em capacitações futuras sugestões quanto à metodologia utilizada e roteiro de locais visitados. Os participantes indígenas ressaltaram o aspecto prático da capacitação, através do contato com experiências concretas de Agroflorestas. O indígena Cleiton Sousa, da etnia Tupinambá de Olivença, que planta seringueira e cacau na sua terra indígena, informou que voltará à sua comunidade com a idéia de plantar árvores frutíferas ao redor dos pés de seringueiras. Desta forma, enquanto aguarda a seringa chegar à idade de produção de látex, terá frutas para alimentação ou comercialização.
Saiba mais
O que são Sistemas Agroflorestais?
Os Sistemas Agroflorestais possibilitam que na mesma área sejam cultivadas lavouras temporárias, como milho, feijão, mandioca, hortaliças, enquanto se estabelece o estrato arbóreo de espécies lenhosas que vão produzir frutas, nozes, lenha e madeira, entre outros itens. A atividade representa uma alternativa com grande potencial para contribuir na gestão ambiental e territorial das terras indígenas, pois ao mesmo tempo em que trazem benefícios em termos de segurança alimentar, geração de renda e suprimento de materiais usados no cotidiano (lenha, madeira, matéria prima para artesanato), os sistemas podem contribuir para melhorias ambientais, na medida em que o reflorestamento permite a conservação do solo e o reestabelecimento de funções ecossistêmicas, tais como a proteção de cursos d´água e habitat para fauna.